Projeto de padre suspeito de pedofilia mantém atividades após ele ser preso pela polícia de MG

O projeto NAC Tales, ONG fundada e presidida pelo padre católico suspeito de pedofilia e estupro de vulnerável, confirmou nesta sexta-feira (5) que segue realizando suas atividades normalmente. O religioso foi detido em flagrante na quarta-feira (3), em São Paulo, após a polícia encontrar materiais pornográficos de menores de idade no celular do suspeito.

Em nota divulgada nas redes sociais das duas unidades da ONG, em São Paulo (SP) e São João del-Rei (MG), a NAC Tales informou que não vai alterar suas atividades “em respeito a toda nossa equipe, parceiros e principalmente às nossas crianças e jovens”.

A entidade também declarou que os supostos crimes cometidos pelo padre “não tem qualquer relação direta com o trabalho da ONG” e o projeto “mantém firme o compromisso com o bem-estar das crianças e jovens, que é o nosso único fundamento”.

Padre segue preso

Enquanto cumpria mandados de busca e apreensão na casa do suspeito, em São Paulo (SP), os agentes da Polícia Civil encontraram materiais pornográficos de menores de idade no celular do religioso, o que levou o padre a ser preso em flagrante.

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O suspeito passou por audiência de custódia na tarde de quinta (5) e o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) decidiu converter a prisão em flagrante para preventiva. Como o religioso foi detido em São Paulo por outros crimes, ele segue detido pela Justiça paulista até uma mudança de entendimento. A investigação da Polícia Civil mineira segue sendo realizada e o religioso pode responder por exploração sexual e estupro de vulnerável.

Entenda o caso

A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu em flagrante, na quarta-feira (3), um padre de 54 anos que armazenava materiais pornográficos de menores de idade no celular. O suspeito, detido em São Paulo (SP), é investigado em Minas por possíveis crimes de exploração sexual e estupro de vulnerável.

O religioso mantém um projeto social que atende 300 jovens em situação de vulnerabilidade na capital paulista e em São João del-Rei (MG). A polícia apura se o suspeito utilizava a entidade para se aproximar de menores de idade. A ONG é descrita como “um lugar seguro, acolhedor e estimulante para crianças, adolescentes e jovens a fim de garantir melhores oportunidades e perspectivas de vida”.

A Ordem dos Pregadores “Província Frei Bartolomeu de Las Casas afirmou em nota que o padre foi afastado de suas atividades no início de março, sendo proibido de ter contato com as crianças da ONG, mas ele estaria “desobedecendo algumas dessas ordens”. A entidade alega que o religioso nunca teve permissão da Igreja para realizar o projeto, que era executado “à revelia das orientações das autoridades da Ordem dos Pregadores”.

Em nota publicada em seu site oficial, a Arquidiocese de São Paulo afirma ter recebido as acusações com “perplexidade” e manifestou repúdio a qualquer forma de abuso. A Arquidiocese informou que se solidariza com as possíveis vítimas e aguarda os esclarecimentos dos fatos.