Com a implementação das novas regras do Minha Casa, Minha Vida, a Caixa Econômica Federal prevê uma alta de 20% nos lançamentos e contratações de imóveis em Minas, neste ano. O crescimento nos financiamentos com o FGTS, no estado, é 5% maior do que o previsto para o Brasil em 2023.
O novo formato em vigor a partir desta sexta-feira (7) amplia o limite do valor do imóvel e também da renda das famílias que podem entrar no programa habitacional.
Com a mudança, a faixa 1 - antes destinada a famílias que ganhavam até R$ 2 mil por mês - subiu para R$ 2.640. O valor limite do imóvel para essa faixa e para a faixa 2 varia de R$ 190 mil até R$ 264 mil. Na faixa 3 - que engloba as famílias com renda de até R$ 8 mil o teto passou de R$ 264 mil para R$ 350 mil.
Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas, Renato Michel, a ampliação do teto é uma forma de corrigir valores que ficaram defasados nos últimos anos.
“A partir do ano de 2020 nós tivemos na construção civil uma inflação de materiais de insumo da ordem de 80%. O custo da construção, nesse mesmo período, considerando mão de obra e serviços, subiu 50%. Então, os apartamentos hoje eles estão naturalmente mais caros em torno de 50%. O programa Minha Casa Minha Vida ele traz esse reequilíbrio pro mercado, né? Para que o mercado possa a voltar a contratar.”
Por outro lado, existe o desafio de entregar obras atrasadas ou que estavam paradas nos últimos anos, como detalha o especialista em mercado imobiliário Eduardo Luiz.
“Então, se a gente está falando de uma faixa de R$ 350 mil, existe uma demanda por imóveis próxima a 800 mil moradias. Se a gente for analisar o que aconteceu no ano passado, não conseguimos exceder o lançamento de 150 mil moradias. Então, existe aí uma lacuna muito grande da construção civil para entregar esse volume de habitações que estão sendo demandadas”
O subsídio complementar subiu de R$ 47.500 mil para R$ 55 mil além de redução na taxa de juros que varia conforme a faixa. O diretor de habitação da Caixa Econômica Federal Rodrigo Wermelinger avalia que o programa se torna mais amplo a partir de agora.
“Ele foca com mais condições favoráveis às famílias com as menores rendas, mas também não esquece a classe média. As taxas de juros para quem ganha a partir de R$ 4.400 até R$ 8 mil passam a ser a partir de 7 pontos, o que corresponde a 66%.”
Até junho deste ano foram retomadas as obras em 13.684 unidades habitacionais e a Caixa espera voltar com a construção de outras 15 mil moradias, atualmente paradas, até o fim do ano.