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CPI apura fiscalização em clínica de biomédica investigada por erros médicos em Minas

“CPI da Permuta Estética” avalia se fiscalização da Vigilância Sanitária foi efetiva; vereadores já pediram afastamento do secretário de Saúde

Biomédica é investigada no caso da morte de Íris Martins, em maio

Uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) na Câmara Municipal de Divinópolis apura se a Vigilância Sanitária da cidade cometeu negligência e prevaricação na fiscalização da clínica da biomédica Lorena Marcondes, investigada pela morte de Íris Doroteia Martins em maio.

A “CPI da Permuta Estética” foi instaurada no dia 18 de maio e é presidida por Edsom Sousa (Cidadania). Até o momento, foram realizadas duas oitivas. A primeira contou com a presença de dois fiscais de Saúde e do presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Divinópolis (Sintram).

Logo na primeira reunião, o vereador Flávio Marra (Patriotas) já apresentou uma recomendação de afastamento do secretário municipal de Saúde, Alan Rodrigo da Silva, por “condutas que tentam esvaziar os trabalhos da Comissão”. O pedido foi aprovado e encaminhado para a Prefeitura de Divinópolis. Em nota, a Secretaria de Saúde informou que a conduta citada é, na verdade, a abertura de uma sindicância interna, que é de praxe.

Já na segunda oitiva, três funcionárias da Prefeitura de Divinópolis foram ouvidas. Todas as servidoras negaram as acusações de possível favorecimento da clínica e afirmaram que o local possuía os alvarás necessários para funcionar.

A terceira oitiva está prevista para esta segunda-feira (19). Mais fiscais sanitários devem ser ouvidos, e o presidente do Sintram foi convocado novamente para prestar esclarecimentos. A expectativa é que a CPI dure mais três meses.

Biomédica investigada

Irís Dorotéia do Nascimento Martins, de 46 anos, morreu no dia 8 de maio durante um procedimento estético em uma clínica de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas. A responsável pela operação foi a biomédica Lorena Marcondes de Faria. Íris teria pago R$ 12 mil para realizar a lipoescultura. A vítima sofreu duas paradas cardiorrespiratórias e precisou ser levada para o Hospital São João de Deus, onde morreu horas depois.

Segundo a Polícia Civil, essa cirurgia só pode ser feita com a presença de um médico e de um anestesiologista. A clínica não possuía equipamentos básicos, como monitor cardíaco, e o laser que seria usado no procedimento não tinha chegado no local no momento em que a cirurgia começou.

A profissional e a enfermeira que a auxiliava nas cirurgias foram presas preventivamente após o caso, mas foram beneficiadas com um habeas corpus e estão em prisão domiciliar. Lorena também é citada em três processos na Justiça por erro médico. Um deles envolve um modelo que teria ficado com a boca deformada após passar um procedimento estético com a mesma profissional em Divinópolis (MG).

Desde quinta-feira (15), a Itatiaia tenta contato com o advogado que representa Lorena Marcondes no inquérito sobre a morte de Íris Martins. Até o momento, ele não retornou nossos contatos. O espaço segue aberto para posicionamento.

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