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Médico que operou mulher que morreu após lipoescultura diz que cirurgia não teve complicações

Lucas Mendes diz que os principais cirurgiões de Belo Horizonte já lidaram com óbito de pacientes

Médico Lucas Mendes dá versão sobre morte de paciente

O médico Lucas Mendes se manifestou sobre a morte da técnica em enfermagem Gleyciane Alves Brito, de 38 anos, que morreu na última terça-feira (25) após complicações de uma lipoescultura e revisão de cicatriz feitas no Instituto Mineiro de Obesidade, no bairro de Lourdes, em BH. Em vídeos postados no Instagram, o médico disse que a cirurgia foi ‘tranquila, pequena e em paciente magra’. Lucas prestou solidariedade à paciente e se colocou à disposição da família.

“Todo paciente é como se fosse da minha família”. Estou aqui para o que precisar”, afirmou o cirurgião.

“Quando escolhi ser médico, quando tinha 18 anos de idade, já tinha consciência que eu ia lidar com a vida e há uma linha muito tênue entre a vida e a morte. Nenhum paciente minha vai para o bloco cirúrgico sem estar ciente de todos os riscos”, destacou o médico.

“Eu e o paciente andamos de mãos dadas do início ao fim. Mas você vai normalizar isso (óbito)? Lógico que não. O normal é que não acontecesse. Mas, assim, Deus quis que eu passasse por mais essa prova na minha vida. E eu vou aceitar isso, vou viver isso. Quando eu nasci, Deus não disse que a vida ia ser fácil. Mas vou passar por tudo que tiver que passar, porque confio nos planos de Deus para minha vida”, disse Lucas, citando casos de médico que perderam pacientes.

“Tenho uma colega cirurgiã plástica que trabalha no mesmo hospital. Ela está com paciente grave e entubada com embolia. Vocês sabiam disso? Não, né?”, disse médico, que acrescentou. “Posso enumerar para vocês os cinco maiores cirurgiões plásticos de Belo Horizonte, e todos já tiveram óbito (de paciente). E ninguém ficou sabendo”.

O médico reforçou que as pacientes são avisadas sobre os riscos. “Cirurgia plástica é igual andar de avião: tem risco de cair”.

Denunciado

Nos vídeos postados nessa quarta-feira (26), Lucas Mendes não cita o processo que enfrenta na Justiça no caso envolvendo a morte de Lidiane Aparecida Fernandes Oliveira, 39 anos, durante procedimento realizado no mesmo hospital em dezembro de 2021. Ele foi indiciado pela Polícia Civil por homicídio culposo (quando uma pessoa mata a outra sem ter a intenção) e foi denunciado pelo Ministério Público.

“A ação penal já está em tramitação. Em 23 de março, o advogado do médico Lucas Mendes, acusado da morte de Lidiane Aparecida Fernandes Oliveira, durante procedimento cirúrgico, informou à Justiça seu endereço depois de várias tentativas infrutíferas de citação. Em 27 de março, o juiz da 6ª Vara Criminal de Belo Horizonte expediu mandado de citação. Esta é a última movimentação processual”, informou o MP à Itatiaia.

Excesso de gordura

Na época da investigação, a Polícia Civil destacou que o médico errou ao retirar, durante a lipoaspiração, uma quantidade de gordura acima do recomendado pelo Conselho Federal de Medicina. Conforme a delegada Lígia Mantovani, o excesso causou uma anemia aguda que resultou na morte de Lidiane.

Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.