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Sem inseticida, BH, Nova Lima, Betim, Santa Luzia e Neves buscam meios para combater o mosquito da dengue

Falta do produto que combate o mosquito causador da dengue, zika e chikungunya ocorre em meio à disparada de casos

Belo Horizonte aguarda chegada da remessa do Ministério da Saúde

Cidades mineiras, incluindo Belo Horizonte, só devem ter o fornecimento do inseticida usado no fumacê normalizado no final deste mês. A informação é do Ministério da Saúde. Como a Itatiaia mostrou, a falta do produto que combate as larvas do mosquito Aedes aegypti, causador da dengue, zika e chikungunya, ocorre em meio à disparada de casos de dengue em Minas Gerais. Sem o produto, Belo Horizonte, Nova Lima, Betim, Santa Luzia e Ribeirão das Neves buscam alternativas para combater o mosquito.

Especialista em mosquito Aedes aegypti e pesquisadora da Fiocruz, a bióloga Denise Vale explica a importância do inseticida, especialmente quando o número de casos aumenta. “O que a gente chama de inseticida, que são os produtos contra as larvas, são recomendados ao longo do ano, mas apenas naqueles criadouros que a gente não consegue eliminar ou vedar completamente”, disse.

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que realiza o processo de compra de uma nova remessa, além de aguardar o envio do Ministério da Saúde.

Na Grande BH, Ribeirão das Neves também está sem o produto. “Com esse desabastecimento, estamos no momento sem o inseticida para realizar as ações de bloqueio químico. Ressalta-se que ação de bloqueio químico é complementar. Realizamos outras ações para eliminar o mosquito, como por meio dos mutirões de limpeza”, pontuou o supervisor em Saúde e Controle de Vetores de Zoonoses, Ricardo de Souza Oliveira.

Em Nova Lima, a prefeitura comprou o inseticida com recursos próprios e realiza aplicação normalmente. Santa Luzia adotou a mesma medida, como explica a coordenadora do setor de zoonoses da cidade, Daniela Siqueira Veloso.

“A Secretaria Municipal de Saúde, através de recursos próprios, tem feito a aquisição do produto para as ações de combate do mosquito Aedes aegypti.

Já na cidade de Betim, a bióloga do controle de zoonoses da prefeitura, Vânia Santos, conta que a solução foi adaptar o uso de um outro tipo de inseticida. “Betim utiliza, normalmente, o inseticida fornecido pelo Ministério da Saúde, mas como no momento está em falta, o município tem adaptado um outro tipo de inseticida para fazer a aplicação através de bomba (Pulverizadora).

Criadouros

A pesquisadora Denise Vale destaca que é adotar também as outras medidas de combate aos criadouros do mosquito, mantendo o caráter emergencial dos inseticidas.

A prevenção contra o aedes se faz o ano inteiro. A melhor maneira, inclusive, de preservar os inseticidas como uma alternativa de controle é usá-los de forma moderada e racional. A gente não pode esquecer que a diferença entre o remédio e o veneno é a dose. No caso dos inseticidas é a mesma coisa. Se a gente usa os inseticidas na sua concepção original, ou seja, como ferramenta de controle complementar ao controle mecânico, a gente não vai ter problema nenhum. Agora, se a gente atribui ao inseticida a responsabilidade principal pelo controle dos mosquitos, a gente satura o ambiente desse produto. Isso pode fazer mal para os mosquitos e também pra gente”.

Ana Luiza Bongiovani é jornalista e também graduada em direito. É repórter da Itatiaia.