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Ataque de abelhas: bióloga explica ação de insetos e como evitar incidentes

Uma mulher, de 50 anos, chegou a ser socorrida com ferimentos graves após ser atacada por um enxame de abelhas no bairro Serra, na região Centro-Sul de Belo Horizonte

“Eu não chamaria de ataque”, explica a bióloga Viviane Avelar sobre o incidente com abelhas no bairro Serra, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, que deixou uma mulher de 50 anos em estado grave na última quinta-feira (9). Segundo ela, os insetos agiram como um “mecanismo de defesa”.

“Pode ser que tenha havido algum distúrbio próximo, elas se sentiram ameaçadas e tentaram se defender na tentativa de proteger a colônia. Com isso, elas ferroam. Eu não chamaria de ataque, eu chamaria mesmo de uma ação de defesa da colônia”, esclarece.

Caso se depare com abelhas, a orientação é não entrar em pânico. De acordo com a bióloga, se isso ocorrer, o organismo libera um hormônio chamado de “feromônio de alarme”. “Elas percebem isso e mais insetos se aproximam para tentar resguardar aquela colmeia”.

Ela faz algumas orientações: não fazer movimentos bruscos e não tentar bater ou matá-las. “Não faça movimentos bruscos, não tente bater e nem eliminar aquelas abelhas que pousaram em você, como, por exemplo, dar uma chinelada. Porque aí você mata uma, vem três, quatro… na tentativa mesmo de salvar a colônia, a colmeia”.

“Nesta situação, deve-se manter a tranquilidade e não fazer qualquer tipo de movimento brusco. Eu sei que é muito difícil porque as pessoas entram em pânico, mas tentar ficar calmo pode evitar incidentes maiores”, acrescenta.

O que elas estão fazendo no perímetro urbano?

Uma pessoa foi vítima de um enxame de abelhas no Mercado Central de Belo Horizonte em setembro de 2021. Um ano depois, exatamente no mesmo mês, passageiros foram picados por insetos no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte em Confins, na região Metropolitana da capital. O Corpo de Bombeiros atuou nas duas ocorrências.

Conforme Viviane Avelar, a causa dos insetos migrarem para o perímetro urbano se deve a algum “distúrbio no meio ambiente”. “A gente tem um crescimento desordenado, as abelhas, na verdade, são insetos muito bons para a nossa vida, para o meio ambiente, mas que a gente tem que respeitar os locais onde elas moram. Cada vez que causamos algum distúrbio no meio ambiente, mais próximos da gente esses animais ficam. E aí podem haver mais incidentes como esse”, destacou.

Ela explica que pequenas iniciativas podem contribuir para a não migração desses insetos - que são essenciais e devem ser preservados - para a cidade:

Elas estão migrando porque precisam aumentar e proteger toda a espécie. Por exemplo, quando a gente descarta muitos copos de resíduos de suco e de refrigerante, a gente acaba atraindo esses insetos. Então, ao invés de buscar nas flores, elas estão tendo a facilidade de buscar nesses meios artificiais.

A bióloga acrescenta:

Tem que tomar cuidado com o descarte que a gente faz desses copos descartáveis, desse lixo que é jogado de maneira inadequada, porque quando a gente deixa muito resíduo elas acabam montando colmeias mais próximas daquele local.

Entenda

Uma mulher, de 50 anos, foi socorrida em estado grave após ter o corpo tomado por um enxame de abelhas na rua Henrique Passini, no bairro Serra, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, nessa quinta-feira (09). O incidente ocorreu entre as ruas Capelinha e Corinto.

Além dela, outras pessoas, que tentaram ajudá-la, também foram picadas pelos insetos que estavam no topo de uma árvore na referida rua.

A vítima foi encaminhada para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, que não fornece dados sobre pacientes.

Durante a ação do Corpo de Bombeiros, o quarteirão foi isolado e os moradores orientados a permanecerem em suas residências. Os militares não souberam informar o que pode ter motivado os ataques.

A corporação orienta que a população acione os bombeiros pelo 193 caso se depare com colmeias.

Patrícia Marques é jornalista e especialista em publicidade e marketing. Já atuou com cobertura de reality shows no ‘NaTelinha’ e na agência de notícias da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). Atualmente, cobre a editoria de entretenimento na Itatiaia.
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