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As imagens logo repercutiram nas redes sociais e discussões sobre a salubridade da lagoa surgiram. A Lagoa da Pampulha não é propícia para o nado, pesca ou ingestão da água, e é, inclusive, envolta em
A Prefeitura de Belo Horizonte alerta que “a pesca na Lagoa da Pampulha é proibida, bem como a prática de esportes náuticos, e há placas indicativas no local. O mergulho ou consumo de peixes dessas águas pode oferecer riscos à saúde, principalmente, no caso de ingestão de água contaminada com organismos patogênicos ou substâncias químicas que podem ser nocivas à saúde humana”.
“Nadar na lagoa da Pampulha vai ter uma série de complicações porque a água não é própria para nadar, ela não tem tratamento contra bactérias, fungos, vírus, contra vários microrganismos que podem causar infecção e adoecer a pessoa quando tem contato. Não é só pela ingestão de água que a gente, obviamente, faz quando está nadando, mas pelo contato com olhos e mucosas, outras chances de infecção acontecem. E aí nadar será um problema também”, explica o médico.
Perigos da pesca e ingestão da água
Mais perigoso do que o contato com a água contaminada é a ingestão dela ou se animais que a ingeriram. Leandro Curi, médico infectologista, explica que a Lagoa da Pampulha recebe água do esgoto diretamente, o que pode trazer uma série de doenças graves para quem a ingere.
“Quando você ingere peixe de uma água contaminada, você está ingerindo tudo que o peixe colocou para dentro dele, e aí não é só no ramo das doenças infecciosas. A lagoa do Pampulha recebe esgoto diretamente, e aí, metais pesados que chegam até a lagoa e que foram ingeridos por animais que nela residem, se a gente ingerir esse animal, a gente vai se contaminar pelo metal pesado. Além de venenos e várias substâncias que a gente não tem controle e que são despejadas em esgoto”.
Entre as doenças que podem ser contraídas em caso de contato com água contaminada ou ingestão dela, Curi cita diversos tipos de diarreia, amebíase, giardíase, alguns tipos de gastroenterite viral e, até mesmo, hepatite A e Cólera.
Em casos de pessoas que, mesmo sem querer, tenham tido contato com a água possivelmente contaminada, o médico orienta a observar o surgimento de possíveis sintomas e procurar ajuda médica.
“Quem já fez a ingestão da água ou natação no local inadequado, agora a questão é se observar, começava avaliar, nos próximos dias e semanas, se não vai ter febre, lesões na pele, vômitos, diarreias ou mal-estar. Se sim, o ideal é procurar auxílio médico e informar que nadou em uma água contaminada, porque isso, às vezes precisa de tratamento, às vezes até mesmo internação”.
Como saber se a água é segura de nadar, ingerir ou pescar
A Prefeitura de Belo Horizonte informou, por meio de nota, que “os agentes da Guarda Municipal realizam abordagens educativas, sempre que necessário, relacionadas ao respeito também ao meio ambiente, orientando a população quanto a não pescar e não nadar no local”. Entretanto, existem, em Minas Gerais, outros locais propícios para nado.
Leandro Curi explica que a melhor forma para saber se é seguro ou não nadar em uma lagoa, córrego ou cachoeira é observar se há indicativos de autoridades locais sobre a salubridade da água. Por exemplo, na Lagoa da Pampulha, diversas placas alertam para a proibição e perigo do nado e ingestão da água.
“Geralmente quando você vai nadar em cachoeiras, lagos, cascatas e riachos, o local está indicado como apropriado. Então, o local não recebe esgoto, a água vem de nascente, ou é uma barragem com tratamento. As autoridades locais geralmente proíbem locais em que não se pode fazer a prática de natação nem de pesca. Geralmente vem escrito, mas, na dúvida, procurem saber antes de mergulharem num local onde pode ser que a água seja completamente imprópria para banho ou ingestão. Isso vai evitar uma série de doenças e complicações”.