Pilotos e comissários de aviões fizeram uma paralisação no início da manhã desta segunda-feira (19). A greve ocorreu das 6h às 8h, nos aeroportos de Confins, Congonhas, Guarulhos, Galeão, Santos Dumont, Viracopos, Porto Alegre, Brasília e Fortaleza. A ação já acabou mas os efeitos continuam.
No aeroporto de Confins, dois voos foram cancelados, ambos para o Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Um voo da Latam e outro da Gol registraram filas enormes de passageiros, que ficaram frustrados com a situação, mas todos foram remanejados para outros voos, até mesmo de outras companhias.
Diogo de Araújo estava indo de Natal (RN) para o Rio de Janeiro, onde passará férias. “Fiz uma conexão e estou esperando para receber informações. Fiquei sabendo sobre a greve em Natal, mas até então achava que não tinha nada no meu voo.”
Nicolas Dutra Nicolas também estava no voo cancelado. “Eu acabei de chegar aqui na fila e o funcionário me atendeu bem. Estou aguardando”, disse.
Júlio Graziano embarcaria de BH para o Rio. “Fui pego de surpresa, não estava sabendo da greve”, afirmou.
Outros aeroportos
No Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, houve atraso em pelo menos três decolagens. Uma com destino ao Recife e outra para Fortaleza, ambas da GOL, com saídas que estavam previstas para às 06h45. O voo da GOL com destino a Porto Seguro que decolaria às 07h25 deve iniciar viagem após às 8h. De acordo com o G1, filas se formaram nos aeroportos do Rio no início desta manhã.
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O painel não mostra atrasos ou cancelamentos no Aeroporto de Guarulhos em São Paulo. Já o terminal de Viracopos em Campinas registrou uma decolagem cancelada: o voo da Azul que sairia às 06h20 da manhã com destino a Navegantes, em Santa Catarina.
O Terminal Internacional de Brasília registrou, até às 8h, apenas um atraso agora com o voo que decolaria às 07h45 com destino a Congonhas em São Paulo, sob responsabilidade da GOL.
Reinvindicação
Nesse domingo (18), pilotos e comissários de bordo rejeitaram em assembleia a proposta feita por empresas aéreas. Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), 76,4% dos 5.767 participantes da reunião não aceitaram o acordo.
As empresas propõem reajuste salarial pelo INPC, além de adicional de 0,5% para repor perdas inflacionárias, e a inclusão de uma cláusula na Convenção Coletiva de Trabalho que permita a compra de folgas dos tripulantes.
O sindicato reivindica que, além do aumento pelo INPC, o salário receba adicional de 5% para compensar perdas de 10% nos dois anos de pandemia. Os trabalhadores também exigem que as empresas respeitem as escalas de folga dos tripulantes e não programem jornadas de trabalho de mais de 3 horas em solo entre duas etapas de voo.
As reivindicações são baseadas no alto valor das passagens aéreas e na melhora da situação financeira das empresas, de acordo com o SNA.
O que diz as empresas
A GOL informou, por meio de nota, que durante o período da paralisação dos aeronautas, “todos os voos previstos foram operados e apenas alguns sofreram atrasos. Todos os esforços estão sendo empregados em tratar as contingências com nossos Clientes, minimizando muito os impactos.
Em nota, a BH Airport informou que possui um plano de contingência com as empresas aéreas e as autoridades aeroportuárias.
Em relação à greve dos aeronautas, a Latam informa que boa parte de sua operação encontra-se normal, com apenas alguns impactos pontuais em alguns voos.
Este movimento está relacionado à negociação do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), e não da negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da LATAM.
(com informações de João Eduardo Santana e Estadão Conteúdo)
