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Homem que matou esposa nos EUA e foi para churrasco com sogro é preso em MG após 14 anos

Paulo Sérgio Vieira assassinou sua mulher com golpes de taco de beisebol na cabeça e abandonou o corpo no apartamento do casal

Homem foi condenado no Fórum Fafayette, em 2022, mas conseguiu, via recursos, se manter em liberdade

Paulo Sérgio Vieira, condenado a 20 anos de prisão pelo assassinato brutal de sua esposa, no dia 4 de setembro de 2011, em Boston, Massachusetts, nos Estados Unidos, foi preso nessa segunda-feira (13), no município de Sobrália, Região do Vale do Rio Doce, em Minas Gerais.

Na ocasião, Vieira matou sua esposa com golpes de taco de beisebol na cabeça, dentro do apartamento onde o casal residia. Depois do crime, o autor deixou o corpo da vítima no local sob forte refrigeração pelo ar-condicionado, para retardar a decomposição, e fugiu para o Brasil no dia seguinte. Eles viveram por 10 anos nos EUA.

Chegando em Sobrália, cidade natal do casal, não relatou a morte da mulher, escondendo o fato por dias. Ele chegou a participar de um churrasco organizado pelo sogro, pai da vítima, no período.

O corpo da vítima foi encontrado 17 dias após o crime.

O julgamento do homem foi realizado pelo Tribunal do Júri de Belo Horizonte em 11 de fevereiro de 2022. Ele foi condenado por homicídio qualificado por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima, com reconhecimento da agravante de crime praticado contra cônjuge.

Porém, mesmo com a condenação, o réu permaneceu em liberdade durante todo o processamento dos sucessivos recursos protocolados por sua defesa, totalizando mais de três anos desde o julgamento pelo júri popular.

A prisão de Paulo Sérgio Vieira ocorreu por meio de atuação entre a Coordenadoria Estadual das Promotorias de Justiça do Tribunal do Júri (Cojur) e do Centro de Apoio Operacional Criminal (Caocrim), com colaboração decisiva de familiar da vítima que auxiliou na localização do réu.

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Ciúme doentio

Segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a motivação do crime foi o “ciúme doentio” do autor. Ele não permitia que a vítima, que deixou o Brasil aos 22 anos em busca de uma vida melhor, tivesse autonomia sobre seu celular e horários.

Segundo o MPMG, a mãe da vítima, que declarou em 2011 que “o genro não matou somente sua filha, mas toda a família”, faleceu em 2016, abatida pela tristeza, sem ver a conclusão do processo.

O réu foi submetido à lei brasileira por força da extraterritorialidade condicionada, prevista no Código Penal. Devido à frustração das tentativas de cooperação internacional, foi necessária a exumação do corpo no Brasil para realização de necropsia, que confirmou a causa da morte.

*Com informações do MPMG.

Maic Costa é jornalista, formado pela UFOP em 2019 e um filho do interior de Minas Gerais. Atuou em diversos veículos, especialmente nas editorias de cidades e esportes, mas com trabalhos também em política, alimentação, cultura e entretenimento. Agraciado com o Prêmio Amagis de Jornalismo, em 2022. Atualmente é repórter de cidades na Itatiaia.