O Parque Municipal Américo Renné Giannetti, que fica no Centro da capital, comemora nesta segunda-feira (26) o 125º aniversário.
Ele foi inaugurado antes mesmo da então nova capital mineira, em 26 de setembro de 1897, e foi criado para ser o maior e mais bonito parque urbano da América Latina, com a estrutura inspirada nos parques franceses da Belle Époque.
Antes de sua implantação, o espaço abrigava a Chácara Guilherme Vaz de Mello, conhecida como Chácara do Sapo. O local serviu de moradia para o próprio Paul Villon e para Aarão Reis, engenheiro encarregado de planejar e construir a nova capital de Minas Gerais.
São muitas histórias para serem contadas e, pensando nisso, a reportagem da Itatiaia separou, junto à Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, sete curiosidades sobre uma das primeiras áreas verdes da capital mineira. Veja abaixo
Cachoeira no parque
A construção original contava com uma pequena cascata, fruto da represa do córrego Acaba Mundo dentro da área do Parque. Com a urbanização da cidade e a canalização deste córrego, a cascata original (e a represa) não existe mais. O Parque hoje conta três lagoas com cascatinhas: Lagoa dos Marrecos, Lagoa do Quiosque e do Jardim das Borboletas. Há também a lagoa dos barcos.
Projeto com Cassino e restaurante
O projeto original do Parque previa um cassino, um restaurante e um observatório meteorológico, que não chegaram a ser construídos.
Fundação do Clube Atlético Mineiro
O Parque Municipal foi palco da fundação do Clube Atlético Mineiro. Isso porque, em 1904, o primeiro ensaio de football na cidade de BH se deu em um de seus gramados e, anos depois, em 1908, 22 adolescentes vindos do interior, com idades entre 13 e 17 anos, fundaram o Clube.
Casa do governador
Em 1924 o Parque recebeu um inusitado morador: o próprio presidente do Estado. Com a morte súbita do Presidente Raul Soares, Olegário Maciel, seu vice, passa a ocupar o cargo interinamente e recusa-se a ficar no Palácio. Então, Olegário Maciel passou a ocupar uma casa dentro do Parque.
Zoológico
Parque Municipal já abrigou o primeiro Zoológico da cidade. Desde o início do século passado, a Prefeitura de BH tinha a intenção de construir na cidade um Zoológico. Inicialmente, seria em uma área próxima ao Palácio da Liberdade, onde hoje funciona o Minas Tênis Clube. Depois, decidiu-se instalar o Zoológico no Parque Municipal, iniciativa sempre protelada pela falta de verbas. Com o passar dos anos, conseguiu-se reunir no Parque um número considerável de animais, especialmente macacos, tucanos e papagaios. Já em 1925 o Parque contava com jabotiricas, porcos do mato, antas, capivaras, pacas, veados, cotias, macacos, raposas e uma onça vermelha grande, além de gaviões, araras, gansos, siriemas, inhapins, canários da terra, entre outros.
Palco do primeiro carnaval
O Parque abrigou a primeira Batalha de Confetes da capital, em 1908, movimento considerado precursor do primeiro Carnaval comemorado na Cidade, em 1909.
Parque sem grade
O Parque já foi aberto, sem a delimitação de área por gradis. Em 1941, Juscelino Kubistchek, acreditando ser um paradoxo um espaço público cercado por altos gradis, mandou retirá-los, deixando o parque livre e com acesso fácil à população. Os gradis foram levados para o Cemitério da Saudade, onde até hoje estão. A grade atual foi construída tal qual a original.
600 mil metros quadrados
O que pouca gente talvez saiba é que, originalmente, o parque possuía uma área de 600 mil metros quadrados. Ao longo dos anos, contribuindo para a urbanização da cidade, o Parque Municipal perdeu espaços para diversas construções como a Faculdade de Medicina da UFMG, o Centro de Saúde do Estado, Moradia Estudantil Borges da Costa, Teatro Francisco Nunes, Colégio Imaco, Palácio das Artes, dentre outros.
Hoje, como um espaço tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN-MG), possui área verde preservada, com lagoas e vários locais para atividades de lazer, descanso, esporte e cultura.
*as informações foram retiradas do livro ‘Parque Municipal – Crônica de um Século’