A baixa das doses da vacina BCG, que protege contra a tuberculose, tem modificado a forma de aplicação das doses em Minas Gerais, com horários e dias pré-agendados. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG), houve um problema de atraso mundial de fornecedor.
Apesar do governo garantir que não vai faltar a vacina BCG em Minas, mesmo com a redução das doses enviadas aos estados pelo Ministério da Saúde, alguns municípios do interior estão racionando o imunizante para não deixar a população sem a proteção contra a doença.
Triângulo
Algumas cidades do Triângulo Mineiro admitem que fazem racionamento da vacina BCG. Em Uberaba, a Central de Vacinas explicou que não há falta do imunizante na cidade. No entanto, há um racionamento. Nas unidades de saúde, as doses são aplicadas em horários e dias determinados. Já nas maternidades, a vacinação ocorre de maneira programada para que as doses não sejam perdidas.
Em Araguari, o planejamento até agora não sofreu mudanças. Na cidade, já há um controle para otimizar as aplicações das vacinas, conforme relata Laira Melissa, enfermeira de imunização do município.
“Aqui, no nosso município, a gente mantém o fluxo que era adotado antes. Nós já fazíamos, devido ao frasco ser multidose, um agendamento dessas crianças. Tanto no Ceame [Centro de Atendimento Médico] quanto nas maternidades, mas nós ainda não recebemos uma remessa reduzida, nós ainda recebemos a quantidade que solicitamos”, destacou.
Em Uberlândia, a Secretaria Municipal de Saúde informou que no momento o processo de imunização com a BCG segue sem restrições. O Executivo esclareceu que as equipes do município seguem vacinando as crianças normalmente.
Zona da Mata
Na Zona da Mata, as cidades ainda não apresentam falta do imunizante BCG, porém estão com esquema especial de vacinação. Em Ubá, a prefeitura informou que, para evitar o desperdício de doses, a Secretaria Municipal de Saúde já adota o protocolo de vacinação apenas uma vez por semana.
A pasta destacou ainda que, na semana seguinte, vai participar de reunião com a gerência regional de saúde para alinhamento quanto ao imunizante BCG.
Na cidade de Muriaé, a prefeitura ressaltou que há bastante estoque disponível, não tendo risco de acabar em curto prazo. Conforme o Executivo municipal, há aproximadamente 45 dias a regional de saúde orientou que a aplicação fosse realizada apenas três vezes por semana.
Em Matias Barbosa, o departamento de saúde segue as recomendações da Superintendência Regional de Saúde, que recomendou o município a realizar a vacinação de recém-nascidos com a BCG por meio de agendamento, mantendo o maior controle na aplicação para reduzir a perda de doses.
Nas cidades de Juiz de Fora e Viçosa, conforme as prefeituras, não há falta do imunizante. Agora no Campo das Vertentes, a prefeitura de Barbacena informou que realiza a vacinação em períodos específicos, seguindo recomendação do Ministério da Saúde para evitar desperdício.
Central
Em Ouro Preto, a realidade é a mesma da maioria do estado de Minas Gerais. O município também está recebendo um quantitativo menor da vacina BCG. Segundo o secretário de Saúde, Leandro Moreira, um plano para otimizar a aplicação da vacina foi criado e até o momento foi possível atender a demanda.
“Organizamos um processo de monitoramento de todos os nascimentos pegando contato, inclusive dos pais, e estamos fazendo agendamentos para reunir um número maior de crianças para aplicação da vacina. Isso se deve porque os frascos são multidoses. Cada frasco vem com 20 vacinas. Então se a gente abrir um frasco para aplicação de apenas uma, automaticamente a gente vai ter perda de 19 doses tendo em vista que a validade após aberto é muito pequena”, disse.
“Fazendo desta forma garantimos a vacinação de todas as crianças de Ouro Preto. À medida em que agendamos um grupo maior de crianças, otimizamos o uso da vacina. Até o momento, não ficamos prejudicados e não estamos deixando de cobrir a vacina de BCG para os nossos bebês”, finalizou.