Os números comprovam a impressão de quem observa a cidade. De um ano para outro a população em situação de rua aumentou, aproximadamente, 20% em Belo Horizonte. E não existem abrigos suficientes.
A expectativa da prefeitura era de que seis novas unidades de acolhimento estivesse pronta no início do ano. Mas, até o momento, apenas uma delas está em funcionamento. Em 2021, eram 8.609 pessoas vivendo nas ruas da capital.
De acordo com dados do relatório brasileiro de políticas públicas, do programa Polos de Cidadania da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em maio deste ano, o número subiu para 10.241. Ou seja, mais de 1.600 pessoas também começaram a dividir espaços improvisados, principalmente, debaixo de viadutos e dentro de túneis.
A secretária municipal de assistência social, segurança alimentar e cidadania, Maíra Colares, afirma que ainda neste ano as outras cinco unidades de acolhimento prometidas pela serão inauguradas.
“A nossa expectativa é que agora, nesse segundo semestre, os serviços vão fazer parte da rede permanente de atendimento a este público. As unidades de acolhimento visam atender públicos específicos, como, pessoas com deficiência e mulheres gestantes ou puérperas com seus bebês”, explicou.
Apesar de necessários, os abrigos não podem ser considerados a solução do problema. É o que aponta o professor e coordenador do programa Polos de Cidadania da UFMG, André Luiz Freitas Dias.
“Das pouco mais de 2 mil vagas ofertadas pela prefeitura, somente 600 estão na modalidade casa de passagem, - que são aquelas que atendem a demandas espontâneas, desse público para pernoite. Das outras 1.600, 1.500 vagas são ofertadas em outras unidades de acolhimento que exigem procedimentos específicos, como, encaminhamentos e estudo de casa”, disse.
“Estamos falando de dez mil duzentas e quarenta e uma pessoas em situação de rua, segundo dados do CadÚnico de maio de 2022. Além de pouco contribuir para a efetivação de direitos da população em situação de rua, esses abrigos as unidades de acolhimento institucional são cercadas de uma série de questionamentos sobre a qualidade do serviço prestados. Nós precisamos, urgentemente, de políticas públicas estruturantes como moradia, trabalho e renda e educação”, completou.