PC investiga creche particular do Rio Grande do Sul suspeita dopar crianças

Mais de 20 casos, envolvendo crianças de 2 a 6 anos, foram registrados; investigação teve início após prints vazarem

Vítimas devem passar por perícias toxicológicas e de lesão corporal

Funcionários de uma creche particular em Alvorada, cidade da Região Metropolitana de de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, são alvos de uma investigação da Polícia Civil (PC). Eles são suspeitos de dopar crianças entre 2 e 6 anos.

Segundo a PC, mais de 20 casos foram registrados até o momento. A investigação está a cargo da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher.

Conforme a delegada Carolina Funchal Terres, os responsáveis pelas crianças alegam que as suspeitas começaram após uma auxiliar da creche enviar prints de conversas que aconteciam num grupo das professoras.

“Haviam mensagens como: dei tantas gotinhas, acabaram as gotinhas, tem que comprar”, afirma.

Nos depoimentos, as mães disseram que, desde setembro deste ano, depois da escola, as crianças apresentavam sintomas como sonolência, sede e fome.

“Também há fotos das crianças dormindo, aparentemente dopadas. Dormiam das 20h30min até às 10h do outro dia”, ressalta a delegada.

Todas as vítimas, entre elas, uma com diagnóstico de Síndrome de Down e outra com o de Transtorno do Espectro Autista (TEA), devem passar por perícias toxicológicas e de lesão corporal, além de análise psicológica.

Em nota, a prefeitura de Alvorada informou que a Vigilância Sanitária notificou e interditou a escola, que funcionava mesmo com duas ordens anteriores sobre irregularidades na infraestrutura e procedimentos adotados.

Confira a nota da prefeitura de Alvorada na íntegra:

“A Prefeitura de Alvorada informa que está adotando todas as providências cabíveis no âmbito da gestão municipal em relação ao caso envolvendo a instituição de ensino particular Escola de Educação Infantil Rafa Kids, após denúncias de possíveis procedimentos inadequados.

Nesta terça-feira (16), a Vigilância Sanitária do município retornou ao local e realizou nova notificação e interdição do estabelecimento, que já havia recebido duas ordens anteriores em razão de irregularidades na infraestrutura e nos procedimentos adotados, mas estava funcionando sem autorização dos órgãos competentes.

Diante do descumprimento das determinações legais e da gravidade dos fatos relatados, a Prefeitura de Alvorada informa que adotará as medidas judiciais cabíveis, reforçando seu compromisso com a segurança, o bem-estar das crianças e o cumprimento rigoroso da legislação.”

*Com CNN

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Estudante de jornalismo pela PUC Minas. Trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre Cidades, Brasil e Mundo.

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