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Secretário de Segurança de SP dá declaração polêmica sobre PCC e Comando Vermelho

Guilherme Derrite também citou El Salvador como exemplo: ‘Eles conseguiram’

Guilherme Derrite cita El Salvador como exemplo para acabar com PCC e CV

Guilherme Derrite, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, declarou que é possível extinguir o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o CV (Comando Vermelho) e usou El Salvador como exemplo.

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“Sendo bem realista, eu sei que é difícil falar sobre isso, é polêmico. Eu fui criticado quando eu fiz uma comparação e eu não falei sobre os meios pelos quais o presidente Nayib Bukele conseguiu, eu desconheço, eu inclusive pretendo visitar no que vem, El Salvador, mas eles conseguiram”, disse Derrite em entrevista ao WW, da CNN, nesta quarta-feira (18).

“Era o país que tinha um índice de homicídio por 100 mil habitantes de 109 por 100 mil, hoje tá menos de dois por 100 mil, ele controlou, ele estancou as quadrilhas do crime organizado e a força que o Estado brasileiro tem pra dar essa resposta é muito maior, é mais complexo? Claro que sim”, prosseguiu.

El Salvador apresentou redução drástica dos índices de criminalidade. O pequeno país centro-americano, de pouco mais de seis milhões de habitantes, tem sido usado como exemplo por defensores do modelo “linha-dura” de combate ao crime, sugerindo que seria o ideal também para a realidade do Brasil.

O presidente do país desde 2019, Nayib Bukele, se popularizou por ‘zerar’ a criminalidade de El Salvador. Mas tudo isso teve um custo. Alguns direitos constitucionais, como o devido processo, foram suspensos sob medidas de emergência, levando a um aumento massivo de prisões e a protestos de grupos de direitos humanos.

Derrite explicou que, para ele, não é necessário destruir instituições do Estado Democrático de Direito para o combate à criminalidade, mas a “legislação deve ser adequada”.

“A gente não pode permitir que um criminoso seja preso 30 vezes assaltante de carro forte”, disse o secretário.

Guilherme Derrite vai se licenciar de seu cargo para voltar à Câmara dos Deputados e relatar o projeto que equipara facções criminosas a terroristas.

“Se você fizer uma pesquisa hoje para a população, o que mais a população quer é a força do Estado no sentido de conter as organizações criminosas. E digo mais, quem mais sofre com as organizações criminosas do Brasil é a população que vive nessas comunidades, porque é o Estado paralelo agindo na vacância, na negligência do Estado, esse sim, o Estado que deveria atuar”, finalizou.

Estudante de jornalismo pela PUC Minas. Trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre Cidades, Brasil e Mundo.