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À Itatiaia, a Copasa afirma que tem ampliado esforços para preservar a bacia do Rio das Velhas, principal fonte de abastecimento de Belo Horizonte e da Região Metropolitana (RMBH).
Segundo a companhia, o destaque é o Programa Pró-Mananciais, criado em 2017, que protege microbacias e áreas de recarga dos mananciais. Segundo a empresa, desde sua criação até o segundo trimestre de 2025, foram investidos mais de R$ 20,2 milhões.
Entre os resultados estão: 277 km de Áreas de Preservação Permanente cercadas, quase 79 mil mudas nativas plantadas, 6,3 mil bacias de contenção de chuva, 410 km de terraceamento em curvas de nível, 354 mil m² de aceiros e adequação de mais de 444 km de estradas.
Vale lembrar que o rio das Velhas é a principal fonte de captação da Copasa e enfrenta problemas relacionados ao lançamento de esgoto sem tratamento e aos impactos da mineração na região.
Educação ambiental
A Copasa destaca ainda ações de educação ambiental com crianças e adolescentes, e afirma que o tratamento da água garante a potabilidade mesmo em períodos de maior concentração de esgoto.
Apesar dos esforços, Euler Cruz, presidente do Instituto Fórum Permanente São Francisco, alerta para problemas que a companhia não consegue controlar. Ele cita o lançamento de esgoto sem tratamento por cidades como Ouro Preto, Itabirito, Rio Acima e Nova Lima, que afeta diretamente a qualidade da água captada na ETA Bela Fama, em Nova Lima.
O especialista também aponta que atividades mineradoras reduzem a vazão do rio, ao bombear água do subsolo para permitir a exploração de minério, prejudicando nascentes que representam 63% da água do Velhas.
Segundo ele, parte da água retirada pelas mineradoras é lançada de volta no rio, o que aumenta artificialmente a vazão, mas compromete a reserva hídrica do futuro. “Estamos tirando a água do subsolo que deveria alimentar as nascentes durante a seca nos próximos anos”, afirma.
A Copasa informou que mantém monitoramento constante da água bruta, que passa por ciclo completo de tratamento, e que não houve registro de interrupção na captação em períodos de baixa vazão ou alta concentração de esgoto.
A companhia também detalhou a atuação na ETE Jardim Canadá, onde trata atualmente cerca de 30 L/s, em obras de ampliação e modernização. Um dos desafios, segundo a empresa, é o recebimento irregular de efluentes não domésticos, que compromete o processo de tratamento.
Apesar de todo o investimento em preservação e saneamento, Euler alerta que a combinação de esgoto sem tratamento, vazão reduzida e impactos da mineração mantém o abastecimento em risco, e que soluções dependem de maior fiscalização e integração entre Copasa, municípios e mineradoras.
*Sob supervisão de Lucas Borges