Padre mineiro que toma 315 comprimidos por dia é internado pela 21ª vez, sendo 8 na UTI

O mineiro tem o diagnóstico de Deficiência do Transportador de Riboflavina (RTD), uma doença ultrarrara que afeta cerca de 15 pessoas no Brasil

Padre Marlon Múcio

O Padre Marlon Múcio, conhecido por ter uma doença ultrarrara e tomar 315 comprimidos por dia, foi internado novamente, sendo a 21ª internação no ano. Dessas, oito vezes ele esteve na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

“Família amada, por favor, rezem por mim. Estou na emergência, com uma dor insuportável. Se Deus quiser, não será infarto. Não sabem o que é. Só sei que é em mim a dor kkk. Fazendo exames e medicado”, publicou o padre nas redes sociais nesta terça-feira (30).

“E eu que pensava que não viria mais para o hospital neste ano… Computando aqui, família (aliás, o hospital que passou para mim): É a 21ª vez que venho para o hospital em 2025. Quase todas, neste mesmo hospital, e na maioria das vezes foi por causa da doença rara (RTD). Internações na UTI foram 8. Bati todos os meus recordes!”, acrescentou.

O mineiro tem o diagnóstico de Deficiência do Transportador de Riboflavina (RTD), uma doença ultrarrara que afeta cerca de 15 pessoas no Brasil e aproximadamente 350 no mundo inteiro.

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A doença

A Deficiência do Transportador de Riboflavina (RTD), da qual o padre é portador, é uma doença genética rara e progressiva. Segundo especialistas, ela afeta os neurônios motores e sensoriais, o que provoca fraqueza muscular, dificuldade para enxergar, ouvir e engolir, além de insuficiência respiratória. A condição ocorre devido à falta de uma proteína responsável por transportar a riboflavina (vitamina B2) para dentro das células, nutriente essencial ao metabolismo.

Saiba quem é o padre

O padre Márlon Múcio nasceu em Carmo da Mata, na região Centro-Oeste de Minas Gerais. Ainda na infância, começou a sentir os primeiros sintomas da doença, como a perda da audição. Ele precisou passar por uma cirurgia corretiva ainda quando criança. No entanto, ao completar 14 anos, passou a ter dificuldade para mastigar.

O diagnóstico correto da RTD só foi possível quando o religioso completou 45 anos. Por muitos anos, ele e a família se submeteram a tratamentos para doenças que ele não possuía. Em 2010, a saúde de Márlon piorou, e ele passou a utilizar um respirador 24 horas por dia. O equipamento tem o objetivo de auxiliar na respiração e no controle da fadiga.

Formada pela PUC Minas, é repórter da editoria de Mundo na Itatiaia. Antes, passou pelo portal R7, da Record.

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