O ex-namorado de uma mulher de 26 anos pulou o muro da casa da ex-companheira, entrou pela janela do quarto da residência e matou Cinthya Micaelli Soares Rolliz, com seis tiros no rosto, nesta quarta-feira (31), no bairro Jardim América, na Região Oeste de Belo Horizonte.
Em entrevista à Itatiaia, a mãe de Cinthya afirmou que a filha estava separada do ex-companheiro de 28 anos havia cerca de três meses e possuía medida protetiva contra ele. Segundo o relato, o homem não aceitava o fim do relacionamento e vinha fazendo ameaças constantes, inclusive à família.
“Ela estava em casa dormindo, ele pulou o muro e atirou à queima-roupa, foram seis tiros na cara dela. Ela não atendia ligações dele mais, não podia ter contato com ele e ele não aceitava o fim do relacionamento. Ele já tinha falado até mesmo para mim que ia encher a cara dela de tiro”, revelou Ângela Fernandes Soares, de 48 anos.
De acordo com a mãe, o suspeito invadiu a casa durante a madrugada e Cinthya dormia ao lado da filha de cinco anos quando foi assassinada e morreu no local. A criança não ficou ferida, mas entrou em estado de choque após presenciar a cena.
“A filha dela estava do lado dela, é muita crueldade. Ela falava: ‘o papai matou a mamãe, papai matou a mamãe’. A menina está em choque”, lamentou ela.
Ainda conforme o relato de Ângela, o histórico do relacionamento era marcado por ciúmes excessivos, comportamento agressivo e perseguições frequentes. Mesmo após a separação, o homem continuava rondando a residência e o local de trabalho da vítima, além de fazer ameaças recorrentes.
“Ele era bem ciumento e agressivo. A Cinthya tentou se separar outras vezes, mas não conseguiu. Aí agora ela saiu de casa e ele não aceitava, né? Ele ficava perturbando ela no trabalho, na porta da casa da minha mãe. E é isso, perturbava o tempo todo ameaçando e hoje ele cumpriu.”
A família afirma que havia registrado boletins de ocorrência e acionado a polícia em outras ocasiões, mas que nenhuma medida efetiva foi tomada para impedir o crime. A mãe também relatou que o suspeito possui passagens pela polícia por crimes como homicídio, roubo e tráfico de drogas e que, após assassinar Cinthya, chegou a circular pela região antes de fugir.
Abalada, a mãe contou que a filha tinha planos de viagem para comemorar o aniversário, que seria no início de janeiro, e que demonstrava medo constante do ex-companheiro. Ela cobra justiça das autoridades e afirma que a família se sente desamparada diante da tragédia.
“Era para ser um dia de festa, de comemoração, e já vamos começar o ano desse jeito. É difícil acreditar, a gente tinha planos, estava com viagem paga para viajar no aniversário dela”, detalhou Ângela.
A mãe de Cinthya relembrou a última vez que falou com a filha e lamentou o relacionamento com o suspeito.
“A última vez que falei com a minha filha foi ontem no WhatsApp. Ela estava bem, mas com medo dele, com muito medo. Ela era uma ótima mãe, uma ótima filha. Não tinha vícios, não envolvia com nada de errado. Infelizmente, envolveu com pessoa errada”, finalizou ela.
A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil e aguarda retorno.
