Motorista de app é preso em flagrante suspeito de abuso sexual de passageira em BH

Pelas declarações do homem à vítima e ‘modus operandi’, polícia acredita que existam outras vítimas

Bruce Matos, de 37 anos, foi preso na madrugada desta terça-feira (2); a Polícia Cívil acredita que, com a repercussão do caso, outras vítimas podem aparecer

Um motorista de aplicativo identificado como Bruce Matos, de 37 anos, da plataforma InDrive, foi preso em flagrante na madrugada desta terça-feira (2), por abusar sexualmente de uma passageira, de 18 anos, no final da noite dessa segunda (1º). O crime aconteceu no Bairro Santa Efigênia, Região Centro-Sul de Belo Horizonte.

Segundo a Polícia Civil, após iniciar a corrida, o autor passou a tocar em assuntos de teor sexual com a vítima, insistindo no tema mesmo com a jovem tentando interromper a conversa.

Em determinado momento, Matos desviou da rota definida pelo aplicativo, estacionando em um local ermo. Após parar o carro, o autor passou a coagir a vítima para que ela tocasse no órgão genital dele e, em seguida, passou para o banco de trás, forçando que ela o deixasse realizar sexo oral nela. Após realizar o abuso, Bruce insistiu para que ela fizesse o mesmo com ele, porém, a vítima negou diversas vezes até que ele desistisse.

O homem voltou, então, ao banco da frente e seguiu viagem. Chegando na casa da jovem, não aceitou que ela realizasse o pagamento da corrida, apesar da insistência dela.

Quando entrou em sua residência, onde mora com os pais, a jovem desabou a chorar, revelando o que tinha acontecido à sua mãe, que acionou a polícia, informando as características do veículo e do autor, que foi localizado e preso em sua residência.

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Polícia acredita que existam mais vítimas

Durante o processo de coação da jovem, Bruce Matos teria dito, algumas vezes, que gostava de realizar sexo oral em passageiras e que já havia feito isso em outras oportunidades. Isso, somado ao modus operandi do autor, faz com que a polícia acredite que existam outras vítimas.

Por isso, a Polícia Civil orienta possíveis vítimas a procurarem a delegacia para relatarem os fatos que serão adicionados ao inquérito.

Além disso, a delegada Karla Moreira Lima enfatizou que não é necessário emprego de arma ou violência física para que se configure um abuso sexual.

“Basta ele colocar em uma situação em que aquela mulher esteja em vulnerabilidade, que ela tenha medo que ele possa fazer qualquer mal a ela, que ela vai permitir que aquele ato ocorra, e o crime está configurado”, explicou.

“O agressor se aproveita, leva a vítima a uma situação de vulnerabilidade, como aconteceu nesse caso. Ela estava em um veículo que não era dela, o carro era todo escuro, ela é uma menina de 18 anos e ele é um homem de 37 anos. Então, por meio das ações dele, ele colocou esse medo. Ela acreditava que caso negasse ou pedisse ajuda, ele poderia fazer algum mal a ela”, completou.

Além disso, ela ressaltou que mesmo que não haja conjunção carnal ou ato libidinoso, ainda se trata de crime de importunação sexual.

Suspeito negou abuso

Ouvido, Bruce Matos negou ter abusado da vítima, alegando que a relação foi consensual. A delegada Karla Moreira Lima relatou que o homem demonstrou muito nervosismo durante o depoimento.

O homem foi encaminhado ao Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, onde está à disposição da Justiça.

O que fazer para denunciar violência contra mulheres?

Para denunciar casos de violência contra as mulheres, ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher, que recebe ligações telefônicas gratuitas de todo o país, de forma confidencial.

Pelo número, você pode receber orientações sobre direitos e informações sobre a rede de serviços públicos disponíveis em seu município.

O Ligue 180 também funciona como um canal de denúncia, encaminhando os casos aos órgãos estaduais da Segurança Pública e do Ministério Público.

A denúncia de uma violência sexual também pode ser feita em qualquer delegacia de polícia civil, sendo as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) e as Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) as principais portas de entrada dessas denúncias.

Em casos de emergência, ligue 190.

Amanda Antunes cursou jornalismo no Unileste (Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais), com graduação concluída na Faculdade Estácio, em Belo Horizonte. Em 2009, começou a estagiar na Rádio Itatiaia do Vale do Aço, fazendo a cobertura de cidades. Em 2012, chegou à Itatiaia Belo Horizonte. Na rádio de Minas, faz parte do time de cobertura policial - sua grande paixão - e integra a equipe do programa ‘Observatório Feminino’.
Maic Costa é jornalista, formado pela UFOP em 2019 e um filho do interior de Minas Gerais. Atuou em diversos veículos, especialmente nas editorias de cidades e esportes, mas com trabalhos também em política, alimentação, cultura e entretenimento. Agraciado com o Prêmio Amagis de Jornalismo, em 2022. Atualmente é repórter de cidades na Itatiaia.

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