Um homem de 43 anos foi preso nessa segunda-feira (15), suspeito de matar sua companheira, de 31 anos, colocar o corpo dela no banco do motorista do carro e simular um acidente de trânsito na MG-050, em Itaúna, na Região Oeste de Minas Gerais. A colisão foi registrada na manhã desse domingo. A prisão ocorreu durante o velório da mulher.
Inicialmente, o acidente foi apontado como a causa da morte da mulher, porém, na madrugada dessa segunda, a Polícia Civil tomou conhecimento de indícios de que o caso tratava-se de um feminicídio. Os principais pontos eram registros audiovisuais do pedágio de Itaúna, relatos de terceiros e contradições entre a dinâmica do acidente e as lesões apresentadas pelos ocupantes do veículo, marido e mulher.
Vítima morta no pedágio
A Polícia Civil teve acesso a vídeos que mostram o momento em que o suspeito chega ao pedágio conduzindo o carro, porém sentado no banco do carona. Já a mulher, ocupando o banco do motorista, parecia desacordada. A atendente do pedágio estranhou a cena e relatou aos policiais que o homem alegou que a vítima estava passando mal.
Além disso, a atendente contou que o suspeito apresentava comportamento estranho, arranhões no rosto e estava muito suado.
Os policiais ainda encontraram indícios que o autor trocou de roupa após o acidente, além de marcas compatíveis com agressões físicas observadas no corpo da vítima durante o velório.
Preso no velório
A polícia seguiu realizando diligências na madrugada, além de manter contato com um familiar da vítima, que foi orientado a adiar o sepultamento da mulher e não “alarmar” o suspeito, presente no velório. O pedido foi para que ele fosse monitorado discretamente.
Por volta das 8h, uma equipe de investigadores deslocou-se até o velório em uma viatura descaracterizada. Lá, abordaram o suspeito e solicitaram que ele os acompanhasse até a viatura, onde recebeu voz de prisão. Ele não esboçou reação e nem confessou o crime.
Indícios de crime
Foi solicitado ainda que o corpo da mulher passasse por uma nova autópsia. Esta apontou indícios de asfixia no rosto da vítima.
Além disso, a perícia do acidente indicou ser improvável que ele, por si só, tivesse causado a morte da mulher.
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Outro ponto que corroborou a hipótese de feminicídio foram prints de conversas entre vítima e suspeito, nas quais ela relatava ter sofrido violência doméstica, além de fotografias das lesões e registros hospitalares decorrentes dessas agressões.
A polícia apreendeu o celular do suspeito, que negou ter cometido feminicídio. Ele alegou ter consumido grande quantidade de álcool no sábado (13) e afirmou que era a mulher quem dirigia o veículo no momento do acidente. Familiares da vítima entregaram o aparelho celular dela para perícia.
O suspeito segue preso. Ele apresentava ferimentos no rosto e no braço em decorrência do acidente, porém já havia recebido atendimento médico quando foi detido.