Um homem de 47 anos morreu na tarde desta quinta-feira (18) durante atendimento em uma clínica odontológica no bairro Riacho das Pedras, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A vítima foi identificada como Mauro Junio Rodrigues.
O caso ocorreu por volta das 15h40. Segundo o boletim de ocorrência, Mauro foi levado ao local pela irmã para realizar um tratamento de canal. Em entrevista à Itatiaia, a irmã contou que o homem já vinha passando por procedimentos odontológicos desde novembro.
“Meu irmão começou um tratamento dentário no mês de novembro para extração de alguns dentes. Foram feitas três extrações e ficou pendente o tratamento de canal, que seria realizado por outra dentista, não a mesma que fez as extrações”, relatou Claudia Janaina Rodrigues Soares, de 51 anos.
Após a aplicação da anestesia, Mauro começou a passar mal. Ele chegou a ir ao banheiro e, ao retornar, desmaiou e sofreu uma parada cardiorrespiratória.
“Passaram-se uns 35, 40 minutos. Ele pediu para ir ao banheiro, voltou dizendo que estava babando, a dentista aspirou a boca dele e pediu para ele se sentar e colocar a cabeça para trás. Foi nesse momento que ele começou a passar mal”, lembrou.
Segundo a familiar, o homem ficou roxo e, diante da gravidade da situação, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado.
“Houve demora. Liguei para o meu marido, nós tiramos ele da cadeira, colocamos no chão e começamos a fazer massagem cardíaca”, disse.
Familiares e policiais militares que estiveram no local tentaram realizar manobras de reanimação, sem sucesso. Uma Unidade de Suporte Avançado do Samu foi acionada, e a médica constatou a morte ainda no consultório.
A perícia da Polícia Civil (PCMG) recolheu materiais utilizados no procedimento, como tubetes de anestésicos e hipoclorito. De acordo com o registro policial, a ficha de anamnese do paciente — documento com o histórico de saúde — foi solicitada à clínica, mas não havia sido apresentada até o fim da ocorrência.
O corpo de Mauro foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), onde exames devem apontar a causa da morte. O caso foi registrado como encontro de cadáver, com causa presumida de mal súbito, e será investigado.
Abalada, a irmã cobrou esclarecimentos.
“Eu quero saber se foi negligência, se foi a anestesia, se foi um mal súbito. Meu irmão não tinha problemas de saúde, nada de coração. A família quer uma resposta para entender o que aconteceu”, afirmou.
A reportagem tenta contato com a clínica odontológica, com a PCMG e com o Samu e aguarda posicionamento.
Em consulta, foi verificado que a responsável pela clínica e a profissional que realizou o atendimento possuem cadastro regular junto ao Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais (CRO).