A Santa Casa BH começou a utilizar uma ferramenta de inteligência artificial (IA) para auxiliar médicos na tomada de decisões clínicas e acelerar o atendimento aos pacientes. É a primeira vez que a tecnologia é aplicada nesse formato em um hospital brasileiro com atendimento 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O médico e diretor de Assistência à Saúde da Santa Casa BH, Cláudio Dornas, explica que o objetivo é tornar o processo mais eficiente e ampliar a capacidade de atendimento.
Segundo ele, a IA funciona como uma ferramenta de apoio diagnóstico e de acompanhamento clínico, permitindo que o médico insira o caso do paciente — em linguagem técnica — e receba orientações baseadas em literatura científica atualizada.
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“A Santa Casa está em um caminho de eficiência. Isso significa fazer o melhor tratamento no menor tempo, oferecendo mais vagas ao SUS. A complexidade dos casos que recebemos exige decisões rápidas e assertivas. Agora contamos com uma solução desenvolvida por uma das maiores editoras de ciência médica do mundo”, afirma Dornas.
De acordo com o diretor, a ferramenta pode ser comparada a um “ChatGPT dos médicos”, mas com um diferencial essencial: “Ela não alucina. Só dá respostas precisas dentro da medicina. Perguntas técnicas têm respostas excelentes; já perguntas vagas ou leigas não têm boa performance.”
Pacientes devem sentir atendimento mais rápido
A expectativa é de que a novidade reduza o tempo entre o primeiro atendimento, a definição dos exames necessários e o início do tratamento.
“Tudo em medicina é questão de tempo. Se no primeiro atendimento conseguimos identificar caminhos diagnósticos mais claros, o tratamento chega mais rápido, e o paciente melhora em menos tempo. Isso é eficiência”, destaca Dornas.
Tecnologia aliada ao atendimento humanizado
O médico reforça que a adoção da IA não substitui a avaliação tradicional, baseada no contato com o paciente. Para que a ferramenta funcione bem, é preciso inserir informações detalhadas da anamnese e do exame físico.
“A tecnologia não atrapalha o atendimento humanizado. Pelo contrário. Para usar a IA, o médico precisa conversar com o paciente, examinar, colher dados completos. Perguntas vagas, sem essa interação, resultam em respostas igualmente vagas.”
A Santa Casa BH é referência em atendimento de alta complexidade e realiza mais de 2 milhões de procedimentos por ano pelo SUS.