Projeto de revitalização do Centro de BH anima comércio e construção civil

A proposta foi encaminhada pela Prefeitura para discussão, votação e aprovação da Câmara Municipal

Praça 7, no Centro de Belo Horizonte

Os setores de comércio e construção civil estão animados com o projeto da Prefeitura de Belo Horizonte para revitalização de prédios do Centro e de nove bairros vizinhos, além da construção de outros imóveis para destinar moradias para habitação popular.

A proposta, chamada de Operação Urbana Simplificada Regeneração dos Bairros do Centro, foi encaminhada pela Prefeitura para discussão, votação e aprovação da Câmara Municipal.

Os outros bairros com intervenções previstas são Lagoinha, Bonfim, Concórdia, Colégio Batista, Floresta, Santa Efigênia, Boa Viagem, Barro Preto e Carlos Prates.

A operação urbana servirá, entre outros objetivos, para cumprir o que está previsto no Código de Posturas da Capital. No caso do comércio, a expectativa é incrementar o movimento nas lojas com mais pessoas morando no Centro e imediações.

Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), comércio e serviços são importantíssimos, por representar 72% da riqueza e 85% dos empregos na cidade.

Investimentos inviabilizados

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de BH (CDL-BH), Marcelo de Souza e Silva, destaca que um dos principais pontos do projeto é a flexibilização da chamada outorga onerosa, o que é pago a mais por empreendedores quando querem construir acima do previsto em lei para determinadas regiões. Segundo ele, a outorga prejudica o desenvolvimento.

“Esse foi um problema, a CDL foi contra essa visão que tivemos na cidade, fomos vencidos e isso inibiu vários investimentos, não tornou financeiramente viável a vinda de investimentos de empreendedoras do ramo de construção civil”, apontou ele.

Segundo Souza e Silva, para se construir a mais, seria necessário pagar mais.

“Esse imóvel ficaria tão caro que inviabilizaria a sua venda. A gente falou isso e aconteceu. Muitas empresas deixaram de investir nessa região central e nos bairros do entorno e foram investir em bairros mais distantes ou até em outras cidades no entorno de Belo Horizonte.

Muitas pessoas falam que o investimento em imóveis em Nova Lima cresceu muito depois dessa legislação. Agora, nesse Projeto de Lei, a gente tem também esse desconto da outorga onerosa para trazer esse incentivo”, explicou.

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O presidente do órgão afirmou que a CDL visa uma configuração que permita comércios e serviços na base dos imóveis e moradias em cima.

“A CDL está pedindo dentro desse nosso diálogo, que está aberto, que sejam empreendimentos em que se pode ter o Retrofit de imóveis que já existem, às vezes estão parados, sem nenhuma utilização, e outros que podem acontecer, de aquisição de casas ou outros tipos de estruturas, galpões em que podem ser construídas moradias, para que também seja compartilhado com imóveis comerciais”, completou.

Avenida Afonso Pena, no Centro de BH

‘Benefício para pessoas de baixa renda’

O presidente da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz França, também falou à Itatiaia, chamando a atenção para que o projeto de fortalecimento do Centro e nove bairros vizinhos vem em boa hora, pois há grande demanda na cidade por moradias populares, as HIS, habitações de interesse social. Ele defendeu, ainda, agilidade na discussão e aprovação.

“Quando a gente olha lá em 2009, você tinha 4 mil unidades sendo produzidas na cidade. Hoje nós estamos por volta de 3 mil unidades. Se formos para Uberlândia, por exemplo, que tem metade da população de BH, ela constrói mais HIS que a capital mineira. É um benefício que as pessoas de baixa renda terão”, argumentou.

Segundo França, quem construir HIS terá um bônus, que é ter maior área de construção em regiões mais nobres, o que vai incentivar as incorporadoras a abraçarem o projeto.

“Do ponto de vista geral, não no detalhe, vejo que o plano está sendo feito de uma maneira bastante inteligente. É correr, fazer rápido, porque isso vai fazer um bem para a cidade, vai revitalizar o Centro e alguns bairros próximos do centro, e será muito importante para a população de Belo Horizonte”, completou Luiz França.

Eustáquio Ramos é repórter e apresentador da Itatiaia
Kátia Pereira é jornalista formada pelo Uni-BH e tem especialização em História e Cultura Política pela UFMG. Está na Itatiaia desde 2002. Desde 2005 é titular do Jornal da Itatiaia 1ª Edição. Também apresenta o Jornal da Itatiaia Tarde, é editora e apresentadora do Palavra Aberta e apresenta conteúdo no canal da Itatiaia no Youtube. Recebeu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Âncora de Rádio. Tem passagens por Record TV Minas, Super Notícias/O Tempo e assessoria na Assembleia Legislativa

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