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Servidor da CDHU é demitido após confessar ataques a ônibus em SP

Motorista usou carro oficial da CDHU para praticar vandalismo e confessou ataques; polícia investiga mais de 500 casos na capital paulista

Edson Campolongo foi encaminhado a delegacia, em depoimento disse que fez os ataques pois queria ‘concertar o país’.

A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) demitiu o servidor Edson Aparecido Campolongo, de 68 anos, após ele ser preso preventivamente sob suspeita de envolvimento nos ataques a ônibus registrados em São Paulo nas últimas semanas. A informação foi confirmada pela empresa por meio de nota divulgada nesta quinta-feira (24).

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), Campolongo, que atuava como motorista do gabinete da CDHU, teria utilizado um carro oficial – um Virtus branco alugado – para praticar os atos de vandalismo. Imagens de câmeras de segurança mostraram o veículo circulando próximo aos locais onde ocorreram os ataques. As investigações são conduzidas pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Bernardo do Campo.

De acordo com a SSP, o servidor confessou ter depredado 16 veículos apenas no último dia 17 de julho. Em outro episódio, no dia 15, ele também teria danificado um ônibus na Avenida Jorge João Saad, na zona sul da capital. Em depoimento, o suspeito alegou que seu objetivo era “consertar o Brasil”. A polícia afirma que não há, até o momento, indícios de que ele tenha agido a mando de organizações criminosas, movimentos políticos ou sindicais.

Com Campolongo, os agentes apreenderam um estilingue e esferas metálicas, que teriam sido usadas nos ataques.

A CDHU informou que, ao tomar conhecimento da investigação, adotou as providências internas necessárias. “Advogados da empresa acompanharam o registro policial e, após o indiciamento e a conversão da prisão em preventiva pela Justiça, foi formalizada a demissão do servidor”, diz a nota.

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Na quarta-feira (23), O irmão do servidor público acusado de realizar 17 ataques a ônibus em São Paulo se entregou nesta quarta-feira (23). Sergio Campolongo compareceu ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), de São Bernardo do Campo, e estava acompanhado do seu advogado. Ele também é acusado de participar de ao menos dois casos de depredação a veículos.

Apesar da prisão dos irmãos, a polícia não descarta outras linhas de investigação. A SSP ainda apura possíveis motivações ligadas a disputas entre empresas de transporte, ações do crime organizado — como o Primeiro Comando da Capital (PCC) — e até desafios promovidos pela internet.

Segundo a SSP, mais de 500 casos de ataques a ônibus já foram registrados apenas na capital paulista.

*com informações de Estadão Conteúdo

Formou-se em jornalismo pela PUC Minas e trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre principalmente Cidades, Brasil e Mundo.