A Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) de Belo Horizonte emitiu, nesta quarta-feira (1º), um alerta para profissionais da área assistencial sobre o risco de intoxicação por metanol. A medida foi tomada em função do aumento de registros relacionados à
O diretor de Promoção à Saúde e Vigilância Epidemiológica da SMSA, Paulo Roberto Lopes Corrêa, explicou, em entrevista a Itatiaia, que o
“Aqui em Belo Horizonte a gente não tem nenhum caso suspeito em investigação. A Secretaria de Saúde, tendo em vista o cenário de intoxicação por metanol em alguns estados, emitiu o alerta para orientar a equipe assistencial na questão da suspeição de casos”, disse.
Segundo Corrêa, o protocolo repassado aos profissionais descreve os critérios de suspeição, o manejo clínico inicial e as orientações para o tratamento. “Esse alerta traz os critérios de suspeição para um quadro de intoxicação por metanol e as orientações em relação à abordagem, ao tratamento e ao diagnóstico, para que a pessoa possa sair desse quadro agudo de intoxicação”, explicou.
Sintomas de alerta
O diretor destaca que os primeiros sinais podem surgir de oito a 12 horas após a ingestão de bebida alcoólica. “Normalmente a pessoa vai mencionar a ingestão de bebida alcoólica e, a partir desse período, não melhora dos sintomas de embriaguez. Quando isso acontece, pode começar a ter visão turva, dor epigástrica (dor na parte superior e central do abdômen), tontura e, em casos mais graves, até crise convulsiva e perda de visão. Que é a fase mais avançada da intoxicação”, detalhou.
Por isso, segundo ele, é fundamental que profissionais de saúde identifiquem rapidamente os sinais e iniciem o tratamento de imediato.
Procedimentos da secretaria
Nos casos em que existir suspeita, Corrêa explica que a notificação deve ser feita à Secretaria de Saúde para rastrear a origem da bebida. “É importante que esse tipo de situação seja comunicado imediatamente, para a gente tentar identificar qual foi a bebida suspeita, fazer o recolhimento, análise e verificar se há outros locais ou pessoas submetidas à mesma exposição e que apresentaram um quadro clínico compatível com intoxicação”, declarou.
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Além do protocolo clínico, a secretaria também avalia medidas de fiscalização em estabelecimentos. “A secretaria está estudando a atuação em cima dos locais que fazem distribuição, que vendem o produto, para que haja segurança para a população”, disse.
Apesar das medidas de precaução, Corrêa reforça que não há casos em Belo Horizonte neste momento. “O alerta é para os profissionais de saúde. Nós não estamos vivenciando nenhuma situação aqui em Belo Horizonte que mereça chamar atenção da população, mas a gente precisa alertar a equipe assistencial”, afirmou.
Em nota, a prefeitura de Belo Horizonte (PBH) confirmou que o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) não recebeu nenhuma notificação sobre casos ou óbitos decorrentes de intoxicação por metanol na capital.
Casos em São Paulo
O governo de São Paulo atualizou nesta quarta-feira (1º) o balanço dos casos de intoxicação por bebidas adulteradas com metanol. Até agora, são 37 notificações no total:
- 10 casos confirmados de intoxicação por metanol. Entre eles, uma morte.
- 27 casos ainda em investigação, incluindo cinco mortes que seguem sob análise.
Ou seja: até o momento, só uma morte foi oficialmente atribuída ao metanol. Outras cinco podem ter sido causadas pela substância, mas ainda não há confirmação.
Ações de fiscalização
- Seis estabelecimentos interditados (Quatro em bairros da capital: Bela Vista, Itaim Bibi, Jardins e Mooca e dois na Grande SP: São Bernardo do Campo e Barueri).
- Uma distribuidora com inscrição estadual suspensa; outras três estão sob análise.
- Um bar nos Jardins também teve a inscrição suspensa após interdição.
Apreensões e lotes lacrados
- Mogi das Cruzes: 80 garrafas suspeitas apreendidas, diversas com indícios de adulteração e falsificação em uma adega.
- Americana: Duas pessoas presas e mais de 17,7 mil garrafas apreendidas.
- Barueri: 128 mil garrafas de vodca lacradas, aguardando apresentação de documentação.
- 802 garrafas apreendidas (660 em distribuidoras e 142 em bares da capital).
Investigações
- 5 inquéritos instaurados.
- 22 prisões já foram realizadas em 2025 relacionadas ao crime.
*Sob supervisão de Edu Oliveira