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Máfia do ICMS: MP denuncia 7 pessoas pós escândalo com Ultrafarma e Fastshop

Entre os presos, três fiscais da Receita são apontados como operadores do esquema que teria desviado mais de R$ 15 milhões

O Ministério Público de São Paulo denunciou sete pessoas por envolvimento em fraudes nos pedidos de restituição de ICMS, desta vez, com foco na “Rede 28" de postos de combustíveis. Entre os presos estão três fiscais da Receita Estadual, apontados como operadores do esquema que teria desviado mais de R$ 15 milhões.

De acordo com a denúncia do Gedec (Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos), o grupo era liderado por Artur Gomes da Silva Neto, auditor fiscal e supervisor na Diretoria de Fiscalização da Secretaria da Fazenda, e por Celso Eder Gonzaga de Araújo, identificado como operador financeiro do esquema.

A CNN teve acesso ao documento que aponta os outros denunciados: Fátima Regina Rizzardi, Maria Hermínia de Jesus Santa Clara, Marcelo de Almeida Gouveia, Alberto Toshio Murakami e Kimio Mizukami da Silva.

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As investigações mostram que o grupo teria solicitado e recebido vantagem indevida por 46 vezes, entre 2021 e 2025, somando R$ 6,6 milhões em propina. Os valores foram pagos por meio da empresa Smart Tax Consultoria e Auditoria Tributária Ltda, em troca da aceleração e liberação superfaturada de créditos tributários para a “Rede 28", administrada por Paulo César Gaieski.

Para o MP, o grupo atuava como uma espécie de “assessoria tributária paralela”, instruindo executivos sobre a documentação necessária, interferindo no processamento dos pedidos e, em alguns casos, sendo o próprio fiscal responsável por deferi-los. A Smart Tax, formalmente registrada em nome de Kimio Mizukami da Silva, era usada para mascarar os repasses de propina como pagamentos por serviços de consultoria.

Esta é a terceira denúncia apresentada no âmbito da Operação Ícaro, que já havia revelado um esquema semelhante envolvendo a rede varejista Fast Shop e a Ultrafarma. Segundo os promotores, acordos de não persecução penal vêm sendo oferecidos somente a empresários cooptados pela organização criminosa que colaboram com as investigações.

Para os servidores públicos e operadores do esquema, entretanto, o MP entende não haver possibilidade de acordo, já que se tratam dos principais articuladores das fraudes.

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Yuri Cavalieri é jornalista e pós-graduando em política e relações internacionais. Tem mais de 12 anos de experiência em rádio e televisão. É correspondente da Itatiaia em São Paulo. Formado pela Universidade São Judas Tadeu, na capital paulista, onde nasceu, começou a carreira na Rádio Bandeirantes, empresa na qual ficou por mais de 8 anos como editor, repórter e apresentador. Ainda no rádio, trabalhou durante 2 anos na CBN, como apurador e repórter. Na TV, passou pela Band duas vezes. Primeiro, como coordenador de Rede para os principais telejornais da emissora, como Jornal da Band, Brasil Urgente e Bora Brasil, e repórter para o Primeiro Jornal. Em sua segunda passagem trabalhou no núcleo de séries e reportagens especiais do Jornal da Band.