A Justiça do Rio de Janeiro condenou as influenciadoras
Nancy Gonçalves Cunha Ferreira e Kerollen Vitória Cunha Ferreira a 12 anos de prisão em regime fechado por injúria racial, nessa segunda-feira (18). Elas são mãe e filha e tinham mais de 12 milhões de seguidores nas redes sociais na época do inquérito.
As influenciadoras ofereceram uma banana e um macaco de pelúcia a duas crianças negras durante um vídeo, símbolos historicamente ligados ao racismo. Além da prisão, Nancy e Kerollen foram condenadas a pagar R$ 20 mil de indenização para cada vítima, corrigidos monetariamente.
As duas poderão recorrer em liberdade, mas estão proibidas de publicar conteúdos semelhantes e de manter contato com as vítimas. Após o trânsito em julgado — decisão judicial da qual não se pode mais recorrer —, serão expedidos mandados de prisão e cartas de sentença.
Crimes
Os crimes ocorreram em 2023, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. A juíza Simone de Faria Ferraz, da 1ª Vara Criminal de São Gonçalo, considerou que as rés “animalizaram” as crianças e “monetizaram a dor”, causando bullying e isolamento social. Um menino que recebeu o “presente” abandonou o sonho de ser jogador de futebol, e a menina precisou de acompanhamento psicológico.
Durante o processo, as influenciadoras alegaram que não tinham intenção de ofender e que os vídeos eram parte de uma “trend” do TikTok. Nancy afirmou que não sabia o que era racismo e apenas queria “alegrar as crianças”, enquanto Kerollen disse que só percebeu a gravidade após a repercussão negativa.
O advogado das rés, Mário Jorge dos Santos Tavares, disse ao G1 que respeita a decisão, mas não concorda e que vai recorrer ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, buscando a reforma da condenação.
*Sob supervisão de Marina Dias
