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Casos de artrose disparam entre mulheres após a menopausa, aponta estudo

Pesquisa revela que diagnósticos da doença aumentaram 133% em três décadas; queda hormonal e obesidade estão entre os principais fatores de risco

Além da associação com a menopausa, outros fatores podem estar relacionados ao aumento de casos, especialmente a obesidade

Entre 1990 e 2021, a quantidade de mulheres que desenvolveram artrose após a menopausa mais do que duplicou no mundo, segundo pesquisa coordenada por especialistas da Universidade de Hangzhou, na China. A pesquisa, divulgada em março na revista BMJ Global Health, analisou dados do relatório internacional Global Burden of Disease e apontou um salto de 133% nos diagnósticos da doença — também conhecida como osteoartrite.

Ainda mais preocupante é o crescimento das incapacidades associadas à degeneração das articulações: a pesquisa mostra que o número de mulheres que perderam anos de vida saudável em razão da artrose pós-menopausa cresceu 142% nessas três décadas.

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A osteoartrite é uma enfermidade crônica que desgasta as articulações e acomete, principalmente, mulheres com mais de 55 anos — faixa etária em que ocorre a menopausa. De acordo com o levantamento, a maior parte dos casos foi registrada em países de alta renda.

A reumatologista Isabella Monteiro, do Hospital Israelita Albert Einstein, disse à Agência Einstein, explica que a queda nos níveis de estrogênio nesse período da vida contribui para a inflamação e acelera a degeneração da cartilagem. “O estrogênio tem função essencial na proteção das articulações. A redução desse hormônio, somada à perda de massa óssea e ao ganho de peso, favorece o surgimento da osteoartrite”, afirma.

O estudo revelou que as articulações mais comprometidas foram os joelhos — que lideraram as queixas de dor limitante — e as mãos, especialmente entre mulheres de 55 a 64 anos. Nessa faixa etária, o índice de dor articular nas mulheres foi o dobro do observado entre os homens.

Se não for tratada de forma adequada, a artrose pode causar deformações e até perda completa da mobilidade da articulação afetada. Em estágios avançados, pode ser necessário o uso de próteses ou a aplicação local de medicamentos. Na maioria dos casos, porém, fisioterapia e o uso de analgésicos e anti-inflamatórios proporcionam alívio dos sintomas.

Estilo de vida influencia na progressão

O avanço da osteoartrite não está ligado apenas às alterações hormonais. O estilo de vida também tem papel central no agravamento da doença. A pesquisa chinesa mostra que o índice de obesidade entre mulheres com mais de 55 anos passou de 17% para 21% entre 1990 e 2021. O excesso de peso foi responsável por cerca de 20% da perda de anos saudáveis entre as voluntárias do estudo.

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Segundo o Monteiro, o sobrepeso exerce pressão excessiva sobre articulações como joelhos e quadris e também estimula processos inflamatórios por meio de substâncias produzidas pelo tecido gorduroso.

Para prevenir o avanço da doença, manter uma rotina saudável é essencial. Outras recomendações incluem evitar o cigarro, manter uma dieta rica em cálcio e vitamina D e fazer acompanhamento médico regular. A densitometria óssea é o principal exame para avaliar a saúde articular.

*com informações de Agência Einstein

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