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Caso Kathlen Romeu: PMs acusados de forjar cena da morte são absolvidos pela Justiça Militar

A jovem de 24 anos estava grávida quando foi atingida por um tiro no peito e morreu

PMs envolvidos na morte de Kathlen Romeu foram absolvidos pela justiça militar.

Os cinco policiais militares acusados de falso testemunho e fraude processual no caso da morte da modelo Ketlhen Romeu, 24 anos, foram absolvidos dos crimes nesta terça-feira (5). O julgamento foi conduzido pela Auditoria da Justiça Militar. A decisão foi tomada por quatro votos a um, sendo que quatro votos partiram de oficiais da Polícia Militar, que decidiram pela absolvição dos policiais, e o único voto pela condenação dos réus foi do integrante civil da corte, o juiz Leonardo Picanço.

Com o resultado, foram absolvidos o capitão da PM Jeanderson Corrêa Sodré, o 3° sargento Rafael Chaves de Oliveira e os cabos da PM Rodrigo Correia de Frias, Cláudio da Silva Scanfela e Marcos da Silva Salviano

Segundo a denúncia do Ministério Público do Rio MP/RJ), os policiais teriam alterado a cena do crime, inserindo cartuchos deflagrados e um carregador de fuzil para simular um suposto confronto entre criminosos. Na época, a PM afastou 12 policiais envolvidos na morte de Kathlen e afirmou que os disparos foram feitos durante um confronto com traficantes. O Ministério Público do Rio (MPRJ) disse que vai recorrer da decisão que absolveu os militares.

Em março deste ano, a Justiça do Rio já havia decidido que os PMs Marcos Felipe da Silva Salviano e Rodrigo Correia de Frias, acusados de fazer disparos na ação que matou a jovem, sejam levados a júri popular. A data, no entanto, ainda não foi definida. Na decisão, a juíza Elizabeth Machado Louro afirmou que se baseou no laudo da reprodução simulada para indicar a autoria dos dois agentes.

Relembre o caso:

Em junho de 2021, a modelo e designer de interiores, Kathlen Romeu, 24, na época grávida de três meses, foi vítima de uma bala perdida, no Complexo de Favelas do Lins, na Zona Norte da capital fluminense. A jovem caminhava com a avó pela comunidade quando foi atingida por um disparo. Ketlhen chegou a ser socorrida, mas morreu ao chegar à unidade hospitalar.

A polícia civil concluiu que o tiro que matou Ketlhen saiu da arma de policiais militares. Na época, os agentes envolvidos alegaram que houve troca de tiros. No entanto, as testemunhas, arroladas pela acusação na época, afirmaram que não houve confronto no momento dos disparos. Meses após o ocorrido, a Polícia Civil conclui que o tiro que matou Kathlen Romeu foi disparado por um PM.

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Diana Rogers tem 34 anos e é repórter correspondente no Rio de Janeiro. Trabalha como repórter em rádio desde os 21 anos e passou por cinco emissoras no Rio: Globo, CBN, Tupi, Manchete e Mec. Cobriu grandes eventos como sete Carnavais na Sapucaí, bastidores da Copa de 2014 e das Olimpíadas em 2016.
Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.