Petroleiros iniciam greve a partir desta segunda-feira (15) contra proposta da Petrobras

Paralisação acontece após rejeição do Acordo Coletivo de Trabalho 2025-2026

Petroleiros de todo o país iniciam, a partir desta segunda-feira (15), uma greve nacional contra a terceira proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2025-2026 apresentada pela Petrobras.

A decisão foi tomada após assembleias realizadas em todas as bases da categoria, que rejeitaram a proposta apresentada pela empresa no último dia 9 de dezembro.

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Segundo os sindicatos, o texto mantém arrocho salarial, desvaloriza os trabalhadores e não atende pautas consideradas centrais para a categoria. A avaliação é de que a proposta traz retrocessos que afetam tanto trabalhadores da ativa quanto aposentados.

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A categoria critica o fato de a proposta ocorrer em meio à divulgação de lucros recordes da Petrobras, que somaram R$ 32,7 bilhões destinados aos acionistas, enquanto os trabalhadores afirmam enfrentar perda de direitos e de renda.

Entre os pontos mais questionados está a tentativa da empresa de alterar cláusulas que estão atualmente em análise judicial e que podem resultar em ganhos para os petroleiros. Para os sindicatos, a mudança pode comprometer direitos já conquistados.

Outro ponto de rejeição é o reajuste considerado insuficiente. O ganho real proposto é de 0,5% na Remuneração Mínima por Nível e Regime (RMNR). De acordo com a categoria, o percentual é ainda menor para aposentados não repactuados, devido à cobrança adicional na Assistência Multidisciplinar de Saúde (AMS).

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A proposta também mantém medidas criticadas pelos trabalhadores, como os desimplantes no setor offshore, que, segundo os sindicatos, reduzem postos de trabalho e aumentam a precarização e os riscos operacionais.

A antecipação da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) também é apontada como insuficiente. Os petroleiros afirmam que a medida já fazia parte de um calendário previamente acordado e não representa ganho real na negociação atual.

No Rio de Janeiro, o Sindipetro RJ coordena a mobilização e organiza atos para pressionar a Petrobras a rever a proposta do ACT.

Estão previstos protestos em plataformas, no Aeroporto de Maricá, nos Terminais Aquaviários da Baía de Guanabara, no Terminal de Angra dos Reis, no Complexo de Energias Boaventura e em unidades administrativas, como o Edifício Sede da Petrobras (Edisen).

A greve nacional, segundo os sindicatos, busca barrar retrocessos e defender direitos trabalhistas, salários, saúde, empregos e o fortalecimento da Petrobras.

(Sob supervisão de Edu Oliveira)

Izabella Gomes é estudante de Jornalismo na PUC Minas e estagiária na Itatiaia. Atua como repórter no jornalismo digital, com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo.

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