No Dia Nacional do Livro, um dado alarmante: o Brasil perdeu quase 7 milhões de leitores nos últimos quatro anos, conforme levantamento da Câmara Brasileira do Livro, feito no ano passado.
O estudo também constatou que a queda na leitura de obras impressas é uma realidade em todas as classes sociais, faixas etárias e níveis de escolaridade.
Por outro lado, houve crescimento na busca por publicações digitais, os e-books — e essa substituição do impresso pelo online no meio literário veio para ficar.
Afinal, o valor de um e-book pode ser até 30% mais baixo do que o de um livro físico, como destaca o proprietário de uma livraria e CEO no Centro de BH, Dio César Graciano Brandão:
“O livro digital é mais barato e tem outra coisa: está mais fácil de adquirir, mais rapidamente. Num clique, ele já chegou. É mais cômodo para o cliente, mais rápido. A loja física hoje é muito difícil de conseguir manter, sabe? Você precisa ter um acervo muito grande, obras raras”, disse.
Segundo ele, o que ajuda as lojas a se manterem é a internet, os marketplaces virtuais. “A gente cadastra neles e consegue vender. Hoje mesmo enviamos pelos Correios aproximadamente de 20 a 25 livros — essa é a média por dia.”
Já o também dono de livraria e editor literário Belfor não dá tanto crédito assim aos e-books. Para ele, não existe troca do livro impresso pelo digital, e sim a permanência da desvalorização da leitura no país:
“Sem educação e sem dar condições para os professores, você pode ter milhões de estratégias, toda a tecnologia do mundo, mas se não tiver incentivo à leitura, não muda o perfil. Não adianta passar tablet para todo mundo. É preciso complementar a tecnologia com as questões básicas: educação e o gosto pela leitura.”