O final de 2025 é marcado por calor intenso que especialistas classificam como “fora do normal”. Segundo análise da MetSul Meteorologia, milhões de brasileiros nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste enfrentam
O cenário é alarmante na capital paulista, por exemplo, onde o calor atingiu níveis sem precedentes para este período do ano.
Diferente do habitual para o final de dezembro, quando a nebulosidade e as chuvas frequentes costumam frear a subida dos termômetros, a cidade de São Paulo registrou uma sequência de marcas extremas. De acordo com a estação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no Mirante de Santana, a temperatura subiu diariamente:
| Data | Temperatura Máxima (°C) |
| Domingo (21/12) | 33,7°C |
| Segunda (22/12) | 33,9°C |
| Terça (23/12) | 34,1°C |
| Quarta (24/12) | 34,6°C |
| Quinta (Natal) | 35,9°C |
| Sexta (26/12) | 36,2°C |
O registro de 36,2°C na sexta-feira (26) consolida este como um dos finais de ano mais quentes já documentados na história da capital.
Por que o calor fora do normal?
A explicação científica para o calor intenso reside em um sistema atmosférico conhecido como Vórtice Ciclônico em Altos Níveis da Atmosfera (VCAN). Localizado entre 9 e 12 quilômetros de altitude, este “redemoinho” de ar seco e frio em níveis altos organiza-se e impacta diretamente o clima na superfície.
O miolo do sistema força o ar para baixo (movimento descendente), o que impede a formação de nuvens e mantém o céu limpo. No auge da temporada chuvosa do Sudeste, o VCAN “bloqueou” a instabilidade, eliminando a chuva diária que normalmente refrescaria as tardes de dezembro.
Com o céu aberto e sem nuvens, a radiação solar incide diretamente sobre o solo, elevando as temperaturas a níveis típicos do fim do inverno ou início da primavera — épocas tradicionalmente mais secas e quentes no centro do país.
Um verão diferente
Normalmente, o final de dezembro é marcado por alta umidade e chuvas constantes, o que regula a temperatura. No entanto, a presença do VCAN sobre o coração do Brasil inverteu essa lógica, transformando o Natal de 2025 em um evento climático de marcas extremas e deixando a população em alerta para os riscos à saúde causados pelo calor excessivo.