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Antes de ser preso, dono da Ultrafarma fez acordo de R$32 milhões com Ministério Público

Empresário vai pagar valor em 60 parcelas; caso não tem relação com operação ícaro

Sidney Olveira

Pouco antes de ser preso, o empresário Sidney de Oliveira, dono da Ultrafarma, assinou um acordo de não persecução penal com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) no valor de R$ 32 milhões, a serem pagos em 60 parcelas. O acordo, homologado pela Justiça, é referente a um processo que apura fraude fiscal e não tem relação com a operação Ícaro que resultou na prisão do empresário.

O acordo fechado recentemente foi resultado de investigações da Operação Monte Cristo, em 2023, que apurou sonegação fiscal e lavagem de dinheiro no setor farmacêutico. Para assinar o termo, Oliveira admitiu participação em organização criminosa no esquema.

De acordo com o G1, o advogado Fernando Capez, que representa o empresário, afirmou que o valor de R$ 32 milhões será pago em 60 parcelas, além de multa de R$ 91 mil. Capez disse que o objetivo foi garantir segurança jurídica e evitar o desgaste de um processo judicial.

De acordo com o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, o acordo de não persecução penal é uma alternativa para evitar que um processo criminal vá adiante, usada em casos de crimes mais leves, que não envolvem violência ou ameaça. Para conseguir o acordo, a pessoa investigada precisa:

  • 1. Admitir que cometeu o crime.
  • 2. Aceitar cumprir as condições que o Ministério Público determinar, que podem incluir pagamento de multa, prestação de serviços ou outras obrigações.

A Itatiaia procurou o Ministério Público de São Paulo e a Ultrafarma para comentar o acordo e aguarda retorno.

Operação Ícaro

Sidney Oliveira foi preso nessa terça-feira (12) durante a Operação Ícaro, conduzida pelo MP-SP, que investiga um esquema bilionário de ressarcimento irregular de créditos tributários facilitado por auditores fiscais da Secretaria da Fazenda. Segundo o MP, o esquema envolveu cerca de R$ 1 bilhão em propinas.

A Justiça manteve nessa quarta-feira (13) a prisão temporária de Sidney Oliveira e de Mário Otávio Gomes, diretor da Fast Shop, também investigado na operação Ícaro. Outras quatro pessoas foram presas por envolvimento no esquema.

* Sob supervisão de Lucas Borges

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Izabella Gomes é estagiária na Itatiaia, atuando no setor de Jornalismo Digital, com foco na editoria de Cidades. Atualmente, é graduanda em Jornalismo pela PUC Minas