Os pais da jovem Vitória Regina de Souza, de 17 anos, morta brutalmente em Cajamar, na Grande SP, falaram pela primeira vez sobre como tudo aconteceu e revelaram quando perceberam que a filha desapareceu. Carlos Alberto Souza, pai da jovem, está na lista de suspeitos do crime. Em entrevista nesse domingo (9), ao Domingo Espetacular, Sandra Regina de Souza, mãe de Vitória, disse estar “sem chão”.
“Eu notei que ela tinha desaparecido quando deu horário do último ônibus chegar e ela não chegou. A última notícia que eu tive dela foi a própria amiga dela que passou para mim, que tinha uns caras mal-encarados no ponto do ônibus e ela tava com medo e que ela chegou a vir até a subida aqui da minha casa”, detalhou Carlos Alberto Souza.
O pai da jovem alega, ainda, que os autores do crime são pessoas da região. “Justamente no dia em que o carro quebra? Deve ser gente conhecida para saber disso”, completou ele.
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Carlos comentou sobre as acusações sofridas nas redes sociais e revelou que esse é o segundo filho no qual ele enterra.
“Ciumes, pode ser, inveja também. Fizeram tudo aquilo com ela, raspar a cabeça, para jogar no tribunal do crime. Estão vindo muitas mensagens aí, pela internet, que eu não estava nem ligando, que não me viram soltar nenhuma lagrima, só que nego não sabe que eu estou passando isso pela segunda vez”, disse ele.
“É um segundo filho meu que eu enterro”. De acordo com o inquérito feito pela polícia, o pai da jovem teve um comportamento suspeito e por isso está na lista dos investigados.
“A autoridade polícia aponta diversas da esperada desde o desaparecimento da filha, e que ele teria verbalizado preocupação com um pedido de um terreno à família ao Prefeito do município”, destaca um trecho do documento.
O relatório aponta, ainda, que o pai “omitiu ligações feitas à filha, e de um possível desentendimento entre os dois, o que teria provocado em Vitória a vontade de ir morar com uma irmã em outro local”.
Questionado pelo repórter de que é um dos suspeitos do crime, Carlos Alberto se diz espantado. O corpo da adolescente foi encontrado uma semana após seu desaparecimento em uma área de mata, há cerca de 5 km da casa dela. Ela foi morta com três facadas. Até o momento, três pessoas são investigadas e são suspeitas do crime. O primeiro, Gustavo Vinícius Moraes, o ex-namorado de Vitória. Ao todo, 16 pessoas foram ouvidas e algumas apontaram outro suspeito, Maicol dos Santos. E a terceira pessoa suspeita, Daniel Lucas Pereira.
“Muita surpresa, né, porque qual é o pai, o pai insano, que vai querer a morte de uma filha?”, começou questionando. Ele também falou sobre as ligações omitidas à polícia.
“Nunca ninguém me perguntou nada sobre ligação. E qual é o pai no qual a filha desaparece que não tenta falar com ela? Liguei várias vezes mesmo”, continuou. Sobre Vitória Regina querer sair de casa, o pai da jovem diz que “essa afirmação é mentirosa, porque ela ia para a casa da irmã, porque lá ficava mais perto do serviço dela”.
Sobre o terreno no qual ele teria pedido à Prefeitura de Cajamar, na Grande SP, Carlos confirma:
“Eu cheguei a falar com o Prefeito, sim, eu falei que se ele conseguisse qualquer lugar, para mim, iria, eu queria ir, porque aqui eu já perdi dois filhos”.
Sobre as acusações e por ser considerado suspeito no crime, Carlos se diz cada vez mais abalado e triste.
“Cada vez mais eu fico com o coração partido, porque a desconfiança deu ser o pai dela e eu ter feito uma coisa dessa. Eu não tenho nada a esconder”, desabafou.
Sobre as mensagens em seu celular, Carlos contou que há diversas conversas com Vitória. A última entre eles aconteceu no dia 26 de fevereiro, dia em que a jovem foi vista com vida pela última vez.
Às 20h55 da noite, ele enviou o seguinte áudio à Vitória:
“Vitória, você vai vir pra casa ou você vai pra casa da Verônica? E o carro, a Vanessa levou lá a peça pra mim. O carro, amanhã eu pego ele”. Na imagem, é possível ver que três minutos depois ela responde: “Vou pra casa”. Carlos envia um último áudio: “Tá bom, então. Cuidado, viu?”
De acordo com o advogado de Carlos Alberto e da família de Vitória, “esse é um relatório de investigação, não um relatório que concluiu um inquérito. Colocar o pai nessa situação é colocar a vida dele em risco”.
“Eu pretendo nesta segunda-feira (10), conversar com o delegado e saber o que está acontecendo em relação a esse ponto”, disse Fábio Costa.