A defesa de Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, delator do PCC executado no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) na última sexta-feira (8), revelou um áudio em que a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) oferece R$ 3 milhões para quem conseguisse matá-lo.
Gritzbach gravou uma conversa telefônica por viva-voz entre um investigador do Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) e um advogado ligado ao PCC e que lavaria dinheiro para a facção. A gravação, à qual a Itatiaia teve acesso, teria sido feita na frente do policial sem o conhecimento dele e do advogado, e foi entregue ao Ministério Público de São Paulo.
- Polícia Civil de SP afasta agentes citados por delator do PCC executado em Guarulhos
Polícia afasta PMs que faziam segurança de homem morto no aeroporto de Guarulhos (SP)
Governador de SP diz que facções, como o PCC, devem ser tratadas como terroristas
- Polícias Federal e Civil ainda tentam identificar executores de delator do PCC morto em Guarulhos
No diálogo, o advogado do PCC começa perguntando ao policial se ele aceitaria matar o empresário por R$ 300 mil. O agente responde: “tá bom. 300, tá bom”. Depois de uma provocação entre eles, o advogado aumenta o valor da recompensa pelo assassinato de Gritzbach para R$ 3 milhões. “Mas você acha que 3 [milhões] dá?” o policial diz “é... pensa nos 3. Vai pensando, me fala depois”.
Depois de desligar o telefone, o policial e outra pessoa conversam com Antonio Vinicius Lopes Gritzbach e perguntam se ele entendeu o tom da conversa com o advogado. Em seguida, tentam animar o empresário, que demonstra preocupação com a situação. O policial diz “vou dar um abraço em você. Você não sabe o quanto eu te amo”. Outra pessoa também fala “a gente gosta de você, Vinicius. Relaxa esse coração seu”. Gritzbach responde “relaxar como? O cara falando um negócio desse”.
O áudio na íntegra fez parte da delação premiada de Gritzbach. Ele era réu em processos de homicídio contra dois membros do PCC e por fazer lavagem de dinheiro para a facção. Ele respondia aos crimes em liberdade.
Até agora, a força-tarefa criada pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, que conta com apoio da Polícia Federal, ainda não identificou ou prendeu suspeitos de cometer o crime contra Antonio Vinicius Lopes Gritzbach.