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Enem 2024: entenda o tema “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”

Professora de redação do Colégio e Pré-vestibular Chromos destrincha o tema e aponta estratégias que poderiam ser adotadas pelos candidatos

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O primeiro dia de prova do Enem 2024 aconteceu neste domingo (3) e milhões de alunos tiveram que escrever uma redação sobre o tema: “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”. Nas redes sociais, o assunto repercutiu entre os internautas e gerou polêmica sobre o nível de dificuldade da redação deste ano.

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Enquanto algumas pessoas acharam que o tema era mais fácil do que de outros anos, outros afirmaram que não saberiam escrever sobre o assunto. Contudo, à Itatiaia, a professora de redação do Colégio e Pré-vestibular Chromos, Janiny Nominato, avalia que o tema é de dificuldade mediana. "[Os candidatos] deviam falar sobre o legado histórico dos povos africanos para a língua portuguesa brasileira, para a culinária nacional ou para as manifestações artísticas do nosso país”, comenta.

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Nominato explica que o tema é objetivo e os estudantes deveriam analisá-lo a partir de cinco palavras-chave: desafios, valorização, herança, africana e Brasil. Segundo a professora, a problematização que deveria ser feita para nortear os candidatos era: “O que impede a valorização?”. Questionamento que poderia encontrar argumentos em conceitos explorados em diversas disciplinas, como história, literatura, sociologia e geografia, para explicitar o apagamento da cultura africana no Brasil.

“A interdisciplinaridade é um recurso de apresentação de repertórios socioculturais na redação, por exemplo, o etnocentrismo - isto é, a supervalorização de uma cultura, de um grupo étnico em detrimento de outrem - é uma questão abordada na história e na literatura. Além disso, a geografia dos Quilombos é também seria um bom viés - tal como o mapeamento dos grupos de resistência e a demarcação de territórios quilombolas. Isso porque essa é uma das maneiras de se preservar as manifestações culturais - arte, música, dança, culinária e ritos religiosos - dos enraizados no continente africano”, aponta Nominato.


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Ana Luisa Sales é jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia desde 2022, já passou por empresas como ArcelorMittal e Record TV Minas. Atualmente, escreve para as editorias de cidades, saúde e entretenimento