Ouvindo...

Chefe da ONU pede respeito ao Líbano e Israel promete ‘resposta dolorosa’ ao Irã

Conselho de Segurança se reuniu, nesta quarta-feira (2), para tentar frear a escalada do conflito no Oriente Médio; Israel, Líbano e Irã participaram como convidados

Israel, Irã e Líbano participaram de reunião do Conselho de Segurança da ONU nesta quarta-feira (2)

O Conselho de Segurança da ONU da Organização das Nações Unidas (ONU) se reuniu, nesta quarta-feira (2), para tentar frear a escalada do conflito no Oriente Médio. Durante o encontro, Israel prometeu dar uma “resposta ofensiva e dolorosa” ao Irã em retaliação aos ataques de terça-feira (1°). Durante a noite, o Irã disparou 180 mísseis contra o território israelense.

“Será uma resposta precisa e dolorosa. Vamos nos defender com força e justiça de acordo com leis internacionais”, disse Danny Danon, embaixador de Israel na ONU. Em seu discurso, ele reafirmou que o país prepara um contra-ataque. “As consequências que o Irã enfrentará serão maior que qualquer uma já imaginada. O momento de empatia passou”, afirmou.

O embaixador do Irã na ONU, Amir Saeid Iravani, também participou como convidado do conselho. Em seu discurso, Iravani disse que o ataque de terça foi uma “ação de proporcional autodefesa” e, por isso, não violou qualquer princípio da ONU sobre guerras. O iraniano ainda afirmou que a única forma de evitar a escalada do conflito é fazer com que Israel pare de atacar o Líbano.

Leia também

Secretário-Geral da ONU participa de reunião após ser declarado ‘persona non grata’ por Israel

O secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, abriu uma exceção e participou da reunião do Conselho de Segurança da ONU nesta quarta, o que não é algo comum. Guterres tenta reverter a posição de Israel contra ele, já que o país o considerou como ‘persona non grata’ e o proibiu de entrar em Israel. Segundo o chanceler israelense, a declaração foi em repúdio a Guterres não ter condenado a ofensiva iraniana.

Guterres abriu a sessão e, durante o encontro, disse condenar “fortemente” o ataque do Irã contra Israel. O secretário-geral da ONU também pediu que a “soberania do Líbano seja respeitada”, sem citar Israel.

O Líbano também foi convidado para a reunião. Em seu discurso, o embaixador libanês da ONU acusou Israel de mentir sobre as características da invasão ao Líbano e a chamou de “agressão bárbara”. “Eles dizem que o objetivo são alvos do Hezbollah. Mas há muitos civis mortos. Crianças no sul de Beirute estão dormindo nas ruas. Isso não pode mais ser tolerado”, disse.

Como conflito surgiu?

Israel e o Hezbollah, grupo terrorista que atua no Líbano, trocam disparos há meses. No entanto, o confronto se intensificou depois de milhares de pagers e walkie-talkies de membros do Hezbollah explodirem nos dias 17 e 18 de setembro.

O Hezbollah, aliado do Hamas e do Irã, promete continuar combatendo Israel “até o fim da agressão em Gaza”. O Irã garantiu que apoiaria o Líbano “por todos os meios” no caso de uma escalada.

Este conflito eclodiu com o ataque do Hamas em 7 de outubro, que deixou 1.205 mortos em Israel, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelenses que inclui reféns que morreram no cativeiro em Gaza. Das 251 pessoas raptadas, 97 permanecem em Gaza, 33 das quais foram declaradas mortas pelo Exército.

Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que já deixou 41.495 mortos, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.


Participe dos canais da Itatiaia:

Clique aqui e veja a lista dos candidatos a prefeito e a vereador de todas as cidades do país

Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.