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Golpe da rifa: Sheila Mello e Henri Castelli aparecem em publicidade; entenda como criminosos atuavam

Sites realizavam sorteios, que definiam, por exemplo, se vai ter um vencedor ou não; um dos sorteios movimentou ilegalmente R$ 27 milhões em dois anos

Investigação revela manipulação do resultado de rifas e sorteios com influenciadores e famosos.

OS famosos sorteios de carros, casas e malas de dinheiro. Os vídeos bem produzidos por alguns influenciadores digitais chamam atenção dos seguidores, e é assim, que acontece a fraude do dinheiro cenográfico. O golpe, era divulgado por famosos como, Sheila Mello e Henri Castelli. O caso aconteceu em Goiás e segundo a polícia, o sorteio movimentou ilegalmente R$ 27 milhões em dois anos.

Os sorteios aconteciam ao vivo na internet, e era divulgado pelos famosos, mas segundo a polícia, tanto os atores quanto os apresentadores dos sorteios não tiveram qualquer envolvimento com o golpe. Os investigadores afirmaram ainda que profissionais foram enganados pelos criminosos, em uma reportagem feita pelo Fantástico, neste domingo (25).

Mas afinal, como funcionava o golpe?

Cada cartela custa R$ 15 e, na teoria, quem acertasse todas as dezenas levava o prêmio. Na realidade, segundo a polícia, o sorteio era manipulado. Em uma das gravações obtidas pela investigação, os criminosos explicam como os falsos ganhadores eram contratados para mentir.

Rosilene é uma dessas ganhadoras contratadas pela quadrilha. Ela conta que foi contactada um dia antes do sorteio, sendo oferecido de R$ 800 a R$ 1 mil para ela fingir que havia levado a bolada do sorteio. Após assumir que foi contratada, a mulher irá responder por estelionato.

Em Goiás, a polícia prendeu nove integrantes da organização criminosa. Estão presos: Alessandro Oliveira Leal, Paulo Rogério Vieira, Marcilio Pereira dos Santos.

Golpe em Balneário Camboriú

De acordo com a polícia, o golpe acontecia em diversos locais do Brasil e era assim que o casal de influenciadores, Gladison Pieri e Pâmela Pavão, atuavam. Ambos foram presos em Canoas, no Rio Grande do Sul, em um apartamento de luxo em Balneário Camboriú, Santa Catarina. No local, foram encontrados joias, artigos de grife e uma mala transparente cheia de dinheiro.

Investigação revela manipulação do resultado de rifas e sorteios com influenciadores.

Nos endereços ligados ao casal, na grande Porto Alegre, a polícia apreendeu 49 carros de luxo. As autoridades suspeitam que parte desse patrimônio seja fruto de crime: sorteios de rifas ilegais vendidas em sites da internet. Os valores que eram obtidos por meio das compras dos números dos sorteios geraram em torno de R$ 10 a R$ 11 milhões.

Mas como funciona o golpe?

  • De acordo com as autoridades, alguns dos ganhadores têm vínculos pessoais com os investigados e recebem valores que vão além do item sorteado.
  • Os sites que realizam os sorteios os favorecem em uma série de fraudes em relação às rifas.
  • O organizador consegue, por exemplo, determinar se vai ter um vencedor ou não.

Na operação de busca da última semana, Gladison acabou preso por manter uma arma ilegal em casa. Ele pagou fiança de R$ 60 mil e foi liberado. Segundo a polícia, no mesmo dia ele e a esposa Pâmela voltaram a anunciar sorteio, incluindo de um carro de luxo apreendido pelas autoridades.

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“Anunciar um veículo que está apreendido, descumprir uma ordem judicial, que é continuar com aquela atividade ilícita, é uma afronta ao sistema de justiça criminal”, diz o delegado Cristiano de Castro Reschke, de Canoas (RS), a TV Globo.

Na última sexta-feira, a Justiça decretou a prisão preventiva de Gladison e Pâmela, mas a medida foi revogada e medidas restritivas foram impostas a ambos. A polícia diz que comprovou o crime de lavagem de dinheiro e contravenção penal, além de continuar a investigação sobre os prêmios em dinheiro, casas e automóveis eram realmente entregues aos compradores das rifas.

Montagem de rifa falsa

Um promotor investiga os sites usados para hospedar sorteios das rifas. Numa simulação rápida, foi possível montar uma rifa fictícia de carro onde o vencedor definido era o próprio repórter.

Investigação revela manipulação do resultado de rifas e sorteios com influenciadores.

“A segurança desses sites é muito frágil. Ele propicia uma série de fraudes em relação às rifas. O organizador consegue, por exemplo, determinar se vai ter um vencedor ou não”, explica o promotor. Por nota, a defesa de Gladison Pâmela Pavão informou que “há um desconhecimento técnico por parte das autoridades quanto aos sorteios e que os fatos serão esclarecidos durante a investigação’.


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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.