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‘Especial Gestantes': do pré-natal ao pós-parto, o que o SUS oferece para mães e bebês?

Até julho deste ano, a rede pública de saúde de BH já registrou mais de 10 mil nascimentos; as consultas de pré-natal somam 52 mil, em um total de 12.975 mulheres acompanhadas

Além do serviço de pré-natal completo, o planejamento sexual e reprodutivo também está entre os serviços oferecidos pelo SUS

Será que o sistema público de saúde atende, de fato, as mães? A reposta está no quarto episódio da série especial sobre Gestantes. Hoje, a repórter Clarissa Guimarães mostra a história de uma mãe e o que o sistema de saúde público oferece neste momento tão especial.

No penúltimo episódio da série vamos trazer a história de uma mãe que fez todo o pré-natal e parto pelo Sistema Único de Saúde em Belo Horizonte. De acordo com dados da prefeitura, mais de 10 mil bebês nasceram na capital mineira até julho deste ano.

Em todo o ano passado, esse número foi mais de 23 mil nascimentos, isso só pela rede SUS. As consultas de pré-natal somam 52 mil, em um total de 12.975 mulheres acompanhadas. Entre as mamães está Elaine Dias Salomão.

“Para mim não tem nada a reclamar, foi super tranquilo. Fui muito bem atendida pela doutora e pela equipe também. Até hoje eles estão nos acompanhando”, diz Elaine. A mulher teve duas filhas por parto normal na mesma unidade. “Aqui eu também fiz o pré-natal há tem 25 anos. Eu tentava [um segundo filho] há muitos anos e aí ela veio”, conta.

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Em 2023, 235 bebês morreram, e até julho deste ano, infelizmente, 101 não foram para casa nos braços das mães. Além do serviço de pré-natal completo, com exames de laboratório e imagem, o planejamento sexual e reprodutivo também está entre os serviços oferecidos pelo SUS.

Leia os episódios anteriores:

Existe, inclusive, a possibilidade da colocação de DIU pós parto nas sete maternidades da rede SUS em BH, caso a mulher queira. Sobre outro desejo da mulher, de escolher como será o parto, se normal ou cesariana, a médica ginecologista da rede municipal de saúde, Mariane Queiroz Rossati, explica que a vontade da gestante deve ser respeitada, desde que não leve risco para a mãe ou o bebê.

“A princípio eu sempre oriento as pacientes a escolher o parto normal. O parto normal é mais fisiológico, a recuperação tanto da mãe quanto do bebê é mais rápida, e é menos indolor, principalmente no pós-operatório. Eu explico para elas que a cesariana é uma cirurgia, e que ela tem riscos e pode ter complicações. O parto normal é muito melhor para a mãe, mas se for necessário uma cesariana, por indicação médica ou até mesmo se a paciente quiser, existe a cesárea a pedido. Mas a gente tenta explicar para paciente que em um parto normal a recuperação, tanto para ela quanto para o bebê, é muito melhor”, afirma a médica.

Minas Gerais tem vários projetos e ações, públicas e privadas, com foco exclusivo na mãe e no bem estar antes, durante e depois do parto. Entre eles, destaque para a Gestação Legal, da Defensoria Pública do Estado.

O foco principal é capacitar as gestantes, para que elas tenham autonomia sobre o próprio corpo e a gravidez. A defensora pública, Flávia Marcelo Torres de Moraes, dá mais detalhes.

“O objetivo do gestação legal é trazer a informação qualificada pra gestantes que participam dele. Então, é trazer as informações para que elas possam ser as protagonistas desse período da vida, que é a gestação. Que elas possam fazer as escolhas, tomar as decisões pertinentes a gestação tendo um arcabouço de informações. Que elas possam confiar e tomar as decisões a partir disso. A gente acredita que isso é autonomia e que vai trazer uma prevenção às violações de direito. Muito mais do que a gente combater as violações depois que elas acontecem, é importante que a gente consiga prevenir”, pontua.

E nesta sexta-feira (23), no último episódio da série Gestantes, você vai conhecer a história de um dos milagres de Deus... Após oito meses internado, Ronan foi enfim para os braços da mãe.


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Jornalista graduada pelo Centro Universitário Newton Paiva em 2005. Atua como repórter de cidades na Rádio Itatiaia desde 2022