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Justiça mantém prisão de motorista de Porsche que atropelou e matou motociclista

Juíza afirmou que Igor Ferreira Salceda, de 27 anos, usou o veículo como uma “verdadeira arma, perseguiu a vítima e a atingiu”; o motociclista Pedro Kaique Ventura, de 21 anos, foi sepultado nesta terça (30)

O Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu manter a prisão do empresário Igor Ferreira Salceda, de 27 anos, motorista do Porsche que atropelou e matou o motociclista Pedro Kaique Ventura, de 21. A audiência de custódia aconteceu nesta terça-feira (30). As informações são do UOL.

Para a juíza Vivian Brenner de Oliveira não houve qualquer irregularidade na prisão em flagrante de Igor, por isso decidiu convertê-la para prisão preventiva. Segundo a magistrada, Igor teve uma conduta “delitiva de acentuada gravidade e periculosidade”. “As imagens são claras e demonstraram que o indiciado utilizou o seu veículo como uma verdadeira arma, perseguiu a vítima e a atingiu”, disse.

A juíza ainda afirmou que apesar de Igor não estar alcoolizado no momento do atropelamento, isso não afasta a gravidade da conduta. “Pelo contrário, não estando alcoolizado, tomou a decisão clara e consciente de perseguir um motoqueiro desconhecido após este ter danificado o seu retrovisor o que acresce reprovabilidade à sua conduta delitiva e denota o perigo gerado pelo seu estado de liberdade”, afirmou a magistrada.

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Versão de empresário contradiz imagens

O delegado Edilzo Correia de Lima, do 48 DP, disse que em depoimento, Igor deu versões contraditórias e que algumas declarações do condutor não fazem sentido, como a real velocidade do Porsche e o socorro prestado à vítima.

“Ele fala que não teve intenção, que ele tentou desviar da moto e acabou colidindo, pois a moto se aproximou muito dele, e que Pedro foi socorrido, pois a esposa dele que estava no carro solicitou resgate, solicitou PM. É a versão dele, mas é uma versão totalmente contraditória pelas imagens que a gente vê nas câmeras”, disse o delegado.

O caso foi registrado como homicídio culposo e lesão corporal culposa, quando o autor não tem a intenção de matar e ferir, respectivamente.

Defesa fala em ‘fatalidade’

O advogado de defesa de Igor, Carlos Bobadilha, não concordou com a classificação de crime doloso, disse que Igor não estava alcoolizado e o que aconteceu foi uma fatalidade.

“Igor estava voltando pra casa com a namorada. Ele não tinha ingerido qualquer bebida alcoólica, qualquer entorpecente e infelizmente aconteceu essa fatalidade, o teste de bafômetro deu negativo, ele não fez nada de errado que pudesse legitimar a conduta de homicídio doloso” descreve o advogado Bobadilha.

De acordo com imagens do circuito de segurança da avenida Interlagos, local do acidente, o condutor do veículo de luxo teria perseguido e atropelado Pedro. De acordo com a família, o jovem voltava para casa após visitar a irmã.

Pedro trabalhava junto com o pai como auxiliar de transporte escolar. Nas horas vagas, fazia entregas por aplicativo. Ele era casado e pai de um menino de três anos. Momentos após o acidente, o motorista do Porsche passou pelo teste do bafômetro, com resultado negativo.


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Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.
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