Dois policiais envolvidos na abordagem truculenta a filhos de diplomatas negros, ocorrida em Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro, compareceram à Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat), nessa quinta-feira (11), para prestar depoimento, mas somente um dos agentes falou.
O sargento da Polícia Militar, Sérgio Regattieri Fernandes Marinho, lotado da Unidade de Polícia Pacificadora Vidigal (UPP Vidigal), contou que, momentos antes de abordar os jovens, outros dois amigos, sendo um estrangeiro e um brasileiro, relataram terem sido assaltado na região. Em seu depoimento, o sargento disse, ainda, que uma terceira pessoa que estava na rua disse aos policiais que presenciou o assalto e que os bandidos andavam em grupo. Essa testemunha teria relatado ainda que alguns dos assaltantes eram negros e um deles usava uma camisa branca. A partir dos relatos, o policial contou que iniciou as buscas aos suspeitos.
Durante a abordagem, ainda segundo o sargento, um dos jovens teria corrido para o interior do prédio, que estava com a garagem aberta, e os
Em relação às câmeras corporais, o policial disse que estava sem o equipamento. A versão do sargento desmente a nota enviada pela assessoria de imprensa da PM que afirmou que “os policiais envolvidos na ação portavam câmeras corporais e as imagens serão analisadas para constatar se houve algum excesso por parte dos agentes.”
O outro PM envolvido na ocorrência, o policial Luiz Felipe dos Santos Gomes, apesar de ter comparecido à delegacia nesta quinta-feira (11), disse que só vai prestar depoimento quando seus advogados tiverem acesso aos autos do processo. Luiz é quem teria feito a revista pessoal dos jovens.
Dois dos adolescentes abordados também prestaram depoimento nesta quinta-feira, acompanhados de psicólogos da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav). Filhos do embaixador do Gabão e de Burkina Faso, os jovens contaram que não foram xingados, mas sim