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Policiais que abordaram filhos de diplomatas em Ipanema são investigados por racismo

Policiais são da Unidade de Polícia Pacificadora do Vidigal

Itamaraty quer explicações do Governo do Rio sobre abordagem de PMs a adolescentes negros | CNN Brasil

Os dois policiais militares que abordaram de forma violenta adolescentes negros em Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro, estão sendo investigados por racismo. As imagens das câmeras corporais dos sargentos, lotados na UPP do Vidigal, estão sendo analisadas pelas Delegacias de Apoio ao Turismo (Deat) e de Crimes Raciais (Decradi).

Nesta sexta-feira (5), dois dos adolescentes e o porteiro de um prédio que presenciou a ação policial foram ouvidos. O porteiro afirmou que a abordagem aos adolescentes foi enérgica, mas disse não ter ouvido palavras de cunho racista.

Os adolescentes abordados são do Canadá, Gabão e Burkina Faso. Eles moram em Brasília, mas estão de férias no Rio, hospedados na casa de um amigo brasileiro e branco, que vive em Ipanema. O Ministério das Relações Exteriores recebeu nesta sexta-feira os Embaixadores do Gabão e de Burkina Faso em Brasília para um pedido formal de desculpas após a abordagem policial. O ministério cobrou do governo do estado uma apuração rigorosa e a responsabilização dos militares envolvidos.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, se manifestou sobre o caso nas redes sociais:

“Já oficiamos a secretaria da Polícia Civil e Polícia Militar no Rio, e estamos em diálogo com o Itamaraty e os ministérios da Justiça e Segurança Pública (MJSP), e dos Direitos Humanos e Cidadania(MDHC) para acompanhamento das investigações. Não podemos permitir que a seletividade racial siga sendo critério para abordagens policiais. Precisamos qualificar a segurança pública e proteger nossos jovens da violência. O Plano Juventude Negra Viva (PJNV) é uma política que busca reduzir a violência letal e outras vulnerabilidades sociais que afetam majoritariamente a juventude negra no Brasil”.

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O caso aconteceu na quarta-feira (3). As imagens foram registradas por uma câmera de segurança. Cinco adolescentes, filhos de diplomatas, sendo dois brancos brasileiros e três negros estrangeiros, estavam andando pela calçada quando policiais militares desembarcaram de uma viatura e apontaram as armas para o grupo. Os jovens foram levados pelos policiais para dentro de um prédio onde um deles mora e revistados. Um dos adolescentes abordados, que é branco, disse que a truculência foi bem maior com os jovens negros. A corregedoria da PM informou que instaurou um procedimento para apurar o caso.


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Diana Rogers tem 34 anos e é repórter correspondente no Rio de Janeiro. Trabalha como repórter em rádio desde os 21 anos e passou por cinco emissoras no Rio: Globo, CBN, Tupi, Manchete e Mec. Cobriu grandes eventos como sete Carnavais na Sapucaí, bastidores da Copa de 2014 e das Olimpíadas em 2016.