O Ministério das Relações Exteriores está acompanhando o caso dos três adolescentes negros, filhos de diplomatas, que foram abordados de forma violenta por policiais militares em Ipanema, na Zona Sul do Rio. O caso aconteceu na quarta-feira (3).
A denúncia foi feita por Raiana Rondhon, mãe de um dos jovens, que fez uma postagem Instagram. Ela contou que os adolescentes estavam retornando para casa, por volta das 19h, quando foram parados pelos policiais em Ipanema, na Zona Sul, sem qualquer questionamento prévio. Segundo Raiana, “com arma na cabeça e sem entender nada, foram violentados, obrigados a tirar casacos.” Ela denuncia que a abordagem foi “racial” e “criminosa”.
Ela contou ainda que após os agentes perceberem que os jovens eram estrangeiros e não conseguiam responder às perguntas dos policiais, eles foram liberados com um alerta para não andarem na rua, sob risco de serem abordados novamente. Imagens de câmeras de segurança confirmam o relato.
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No vídeo, é possível ver os jovens sendo levados para dentro de um prédio e revistados pelos agentes armados. Os garotos são do Canadá, do Gabão e de Burkina Faso. Eles moram em Brasília, mas estão passando férias no Rio na casa de um amigo, que é brasileiro e branco, em Ipanema.
O embaixador do Gabão, Jacques Michel Moudoute-Bell, pai de um dos meninos abordados, será recebido nesta sexta-feira (5), no Itamaraty, em Brasília. A esposa dele, a embaixatriz do Gabão, Julie-Pascale Moudouté criticou a abordagem.
Por meio de nota, a secretaria da Polícia Militar afirmou que as imagens de circuito serão analisadas. Segundo a PM, os vídeos ajudarão a corporação a constatar se houve algum excesso por parte dos agentes.
A PM completou em sua nota que em todos os cursos de formação insere nas grades curriculares como “prioridade absoluta” disciplinas como Direitos Humanos, Ética, Direito Constitucional e Leis Especiais para as praças e oficiais que integram o efetivo da Corporação.