Natália Becker terminou curso de peeling de fenol cinco dias após morte de jovem

Declaração foi dada por Daniele Stuart, a criadora do curso feito por Natália; os cortes no rosto de Henrique também não deveriam ter sido feitos, segundo a farmacêutica

Henrique Chagas morreu após fazer peeling de fenol

Natália Becker não havia terminado o curso online de peeling de fenol quando realizou o procedimento em Henrique Chagas, que morreu logo após a aplicação do produto, em uma clínica em São Paulo. A informação foi dada por Daniele Stuart, a criadora do curso feito por Natália, à TV Record.

Em depoimento, Natália havia contado que aprendeu a fazer o peeling de fenol com o curso “Aula de Peeling de Fenol Atenuado”, ministrado pela farmacêutica bioquímica Daniele Stuart. No entanto, segundo a professora, Natália terminou o curso três dias depois da morte de Henrique.

“Natália Becker não terminou o meu curso, ela não realizou o meu curso. Tenho fatos e provas de que ela concluiu o meu curso no dia 8, três dias depois do acontecimento [morte de Henrique]”, afirmou. Na verdade o empresário morreu em 3 de junho, e a conclusão do concurso foi no dia 8, portanto, cinco dias depois.

A farmacêutica disse, ainda, que Natália errou durante o procedimento, quando decidiu fazer cortes no rosto de Henrique. “Qualquer profissional habilitado na área de estética sabe que peelings não devem ser realizados em peles que estejam machucadas. Se Natália Becker tivesse seguido realmente o que ensino, o passo a passo do meu curso, isso jamais teria acontecido”, argumentou.

O curso feito por Natália estava disponível na Hotmart, uma plataforma de cursos online, e mais de 1.100 pessoas já haviam começado a assistir às aulas. Ele foi retirado do ar nessa semana.

Ela aplicava o peeling de fenol, em média, duas vezes por semana, segundo a advogada Tatiana Forte. Ela não pedia exames pré-operatórios por ser um tratamento menos invasivo.

Relembre o caso

Henrique Chagas morreu no último dia 3, após realizar procedimento estético chamado peeling de fenol em uma clínica na capital paulista. O namorado dele disse em depoimento que ele queria limpar manchas na pele e vinha pesquisando havia alguns meses sobre a técnica.

Natália Becker prestou depoimento à polícia dois dias depois do caso, na última quarta (5). Ela foi indiciada por homicídio com dolo eventual, quando não há a intenção de matar.

O marido dela, que também é sócio da clínica, disse à polícia que o peeling de fenol é um procedimento simples e que não exige exames prévios. O preparo, segundo ele, acontece no dia, com a limpeza do rosto e aplicação de anestésico antes do fenol. Por ser ácida, a substância provoca descamação da pele.

“A polícia entende, neste momento, que foi cometido o crime de homicídio doloso, não pelo fato de a autora ter tido vontade do resultado, mas por ter aceitado o risco de ter produzido a morte”, disse o delegado Eduardo Luiz Ferreira. A defesa de Natália diz que aguarda o laudo dos exames que determinarão a causa da morte do empresário.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) alerta que o peeling de fenol em áreas extensas da face é um procedimento estético invasivo, considerado agressivo. Segundo a entidade, ele deve ser realizado por médicos dermatologistas habilitados, em ambiente hospitalar e com o paciente anestesiado, além de contar com monitoramento cardíaco. Isso porque há um risco de toxicidade e possíveis arritmias causadas pela dor intensa provocada pelo método.

*Com Estadão Conteúdo

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Formada pela PUC Minas, é repórter da editoria de Mundo na Itatiaia. Antes, passou pelo portal R7, da Record.

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