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Garoto de programa suspeito de extorquir clientes levava vida de luxo no RJ

Para a Polícia Civil do Rio de Janeiro, as festas, estadias em hotéis de luxo e carro importado eram bancados pelos esquemas de extorsão

Fábio dos Santos Pita Junior, conhecido como Pedro Dominador, é apontado pela PC como chefe da quadrilha com cinco garotos de programa

O chefe de uma quadrilha de garotos de programa acusado de extorquir clientes depois dos encontros, no Rio de Janeiro, foi preso e está sendo investigado pela Polícia Civil. Fábio dos Santos Pita Junior, de 25 anos, conhecido como ‘Pedro Dominador’, é acusado de extorquir mais de R$ 70 mil de um jovem que contratou seus serviços.

Nas redes sociais do investigado, ele exibe uma vida de luxo, em hotéis e restaurantes caros, e dirigindo um carrão. Em setembro do ano passado, ele aparece dirigindo uma BMW X1, SUV compacta de luxo, avaliada em R$ 400 mil. Em outra publicação, o garoto de programa está na sacada um hotel na Barra da Tijuca, na região oeste, cuja diária chega a custar R$ 800. Uma das garrafas de vinho que ele consome custa cerca de R$ 300.

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Além de Fábio, outros três suspeitos foram presos, nessa quinta-feira (6). Mais outros dois integrantes da quadrilha estão foragidos. Até o momento, são cinco homens que saíram com o chefe da quadrilha relataram que foram extorquidos para que não fossem expostos.

Como Pedro Dominador e a quadrilha extorquiam os clientes

A vítima que fez a denúncia que gerou a investigação contou à polícia que, primeiro, Fábio pediu dinheiro emprestado, e o pedido foi ignorado. Depois, o homem recebeu mensagens de um número desconhecido, com imagens que continham dados pessoais dele, como como seu endereço residencial e o nome da empresa de seu pai.

Além disso, o garoto de programa ameaçava revelar a sexualidade da vítima para os seus pais. Em um áudio divulgado pela rede Record do Rio de Janeiro, Fábio diz: “Vou falar que a gente estava namorando, que a gente estava ficando. Vou mandar as fotos, os vídeos. Vou mandar tudo para ele (o pai da vítima). Eu gravei tudo”.

De acordo com a delegada Fernanda Catarine, em entrevista ao jornal, as extorsões da quadrilha estavam sempre relacionadas com ameaças. “O procedimento padrão é relacionar com alguma ameaça. Ou eu vou contar para a sua esposa, que não sabe, ou eu vou contar para o seu pai. De alguma maneira, causar um mal injusto e grave para essa vítima”, explica.

Na ocasião, a vítima transferiu R$ 2 mil para a conta bancária de outro denunciado, João Fernandes Nunes. Porém, bloquear os números não era o suficiente. Pouco depois, um novo número entrou em contato com a vítima, enviando um vídeo em que a fachada de sua casa foi filmada e novas ameaças de exposição de sua sexualidade foram feitas.

Assustado, a vítima realizou diversas outras transferências bancárias para as contas de Fabio, João e dos outros três denunciados: Cynara Ferreira da Silva, Ronaldo da Silva Gonçalves e Carlos Henrique da Silva Paixão, totalizando R$ 71.770,40.

*Sob supervisão de Enzo Menezes


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Paula Arantes é estudante de jornalismo e estagiária do jornalismo digital da Itatiaia.