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Chuvas no RS: governador agradece ajuda de outros estados e fala sobre dificuldade dos resgates

Temporal já afetou mais de 350 mil pessoas em 235 municípios; segundo a Defesa Civil, chuvas já deixaram 37 mortos e 74 desaparecidos

Chuvas já atingiram mais de 350 mil pessoas no Rio Grande do Sul

Em entrevista ao Itatiaia Agora, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB-RS), agradeceu a ajuda que vêm recebendo de outros estados para lidar com os estragos das fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde o início da semana.

“Todos os governos estão se colocando à disposição, mandando equipamentos, materiais, efetivos. Já chegaram aeronaves, botes, lanchas, caminhonetes, caminhões e estão chegando outros. Temos recebido contatos de vários governos estaduais e tudo isso é muito bem-vindo”, disse.

O Governo de Minas planeja enviar 28 bombeiros para ajudar nas operações de resgate. Nessa quinta-feira (2), a primeira parte da equipe, composta por oito militares, viajaram rumo a Porto Alegre no avião Cesna Caravan. Um outro grupo embarcou em um helicóptero da corporação, na manhã desta sexta (3). A expectativa é que os militares permaneçam duas semanas no estado.

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“Essa ajuda é muito importante, pois quando o clima dá chance de chegar e fazer resgate, tem que colocar várias células de resgate e apoio ao mesmo tempo na rua. Com isso, quanto mais pessoas e equipamentos tivermos, mais células podemos colocar pra resgatar”, afirmou Leite.

Desafios da operação

O governador ainda comentou sobre a dificuldade das operações de resgate, já que continua chovendo sem parar em todo o estado.

“Estamos enfrentando um evento climático incomum e muito adverso. Em outras circunstâncias um evento climático vem por um ou dois dias, causa transtornos, mas em seguida a água abaixa, começam a limpeza, a reconstrução e o apoio. Dessa vez chove sem dar trégua desde segunda. Quando não chove forte, tem neblina e chuvisco, que impedem as operações de resgate e reconstrução”, apontou.

Eduardo Leite também chama atenção para a destruição das estradas do estado, o que dificulta ainda mais os regates. “Outro agravante é que as estradas estão rompidas, não chegamos por meio terrestre. Há risco de deslizamento, então não tem como fazer uma solução emergencial de acesso, tem sido uma situação de guerra. Naturalmente, a gente recebe muitas manifestações de apoio e resgate. É uma situação desafiadora”, disse.

Temporal no RS

Subiu para 37 o número de pessoas mortas pelo temporal que atinge o Rio Grande do Sul, de acordo com o último boletim da Defesa Civil - divulgado às 13h18 desta sexta-feira (3).

As regiões mais afetadas pelas chuvas no RS são: Central, Vale do Rio Pardo, Metropolitana, Serra Gaúcha e Vale do Taquari. Segundo a Defesa Civil, 351.639 foram afetadas em 235 municípios e 23.598 pessoas estão desalojadas. Destas, 7.949 estão em abrigos.

Mais de 500 mil pessoas estão sem água e há mais de 292 pontos sem luz. O governo do Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade pública nessa quarta-feira (1º), e o governador Eduardo Leite, afirmou que esse será “o maior desastre da história do Rio Grande do Sul”.

A Marinha do Brasil enviou equipes, embarcações, aeronaves e viaturas para ajudar no resgate. A Força Aérea Brasileira enviou dois helicópteros para resgatar vítimas em cidades isoladas por causa das interdições nas rodovias, como Candelária, por exemplo.


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Gaúcha de Porto Alegre, Mauri Dorneles é formada em Jornalismo pela PUC-RS e trabalha como correspondente do portal Itatiaia Esporte no Sul do Brasil. Também cursou Cinema. Antes da Itatiaia, passou por Correio do Povo, Record RS, Rádio Grenal, RBS TV e Band.
Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.