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Em depoimento, turista estuprada no Rio diz que foi drogada e ameaçada por 18 horas

Vítima era de São Paulo e passava as férias na capital fluminense; o suspeito, Lucas José Dib, de 35 anos, é acusado de manter mulher em cárcere privado e torturá-la

O suspeito Lucas José Dib, de 35 anos, foi preso nesta quinta-feira (18)

Um homem foi preso, nesta quinta-feira (18), acusado de estuprar uma jovem em Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro. Segundo a polícia, a jovem, que é de São José do Rio Preto, em São Paulo, e passava férias na capital fluminense. A vítima conheceu o acusado no início de abril por meio de um aplicativo de relacionamento.

Segundo denúncia feita pela vítima, os dois foram a alguns bares da região e depois passaram na casa do suspeito. No apartamento, Lucas José Dib, de 35 anos, teria modificado o comportamento e exposto um lado sádico, submetendo a jovem a crueldades sexuais, sem consentimento.

A turista foi estuprada e torturada (física e psicologicamente) das 2h às 20h. Ela só conseguiu deixar o apartamento, depois que um amigo apareceu na portaria do condomínio e ameaçou chamar a polícia. Os dois fugiram do local e foram a um hospital particular, onde a mulher foi atendida.

Lucas José Dib foi preso pelos crimes de estupro e cárcere privado.

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Veja a cronologia do crime, segundo a vítima:

  • Em depoimento à polícia, a turista disse que estava hospedada na casa de uma amiga, na Barra da Tijuca. Ao chegar ao Rio de Janeiro, a mulher baixou um aplicativo de relacionamento e deu “match” com o suspeito em 1º de abril;
  • No dia 2 de abril, Lucas sugeriu que os dois se encontrassem no Quartinho Bar, localizado na rua Arnaldo Quintela, em Botafogo, no dia seguinte;
  • A vítima conta que, preocupada porque nunca havia saído com alguém de aplicativo, demorou a responder o suspeito. Ela só retornou a mensagem e aceitou a proposta no dia 3 de abril, às 17h50;
  • A mulher conta que chegou ao bar combinado às 21h30. Poucos minutos depois, Lucas apareceu. A turista relata que tomou uma cerveja long neck, enquanto o suspeito tomou “duas ou três";
  • Os dois teriam conversado brevemente e Lucas disse à vítima que queria lhe mostrar outros bares em Botafogo. Então, os dois se encaminharam para um bar chamado Treme-Treme, onde beberam uma caipirinha e se beijaram pela primeira vez. Os dois foram a ao menos outros dois bares na região. A turista diz que as conversas foram normais e não tinham teor sexual;
  • Ao caminharem em direção a um outro bar, Lucas passou em frente ao condomínio onde mora na rua Voluntários da Pátria. Ele sugeriu que os dois entrassem para esperar o horário em que um outro bar “ficasse bom";
  • A vítima aceitou e entrou no apartamento por volta da meia-noite. Lá a mulher encontrou um equipamento de DJ. Lucas disse que tocaria uma música para ela, que chegou a dançar na sala da residência;
  • Porém, a turista relata que eles demoraram a se beijar. Quando o beijo aconteceu, Lucas teria mudado completamente o comportamento. Ele teria dito: “agora é a minha hora e você não vai sair mais daqui”, “eu vou acabar com você" e “você vai apanhar muito”, disse a mulher em depoimento;
  • A vítima foi mantida em cárcere privado das 2h às 20h no apartamento. Durante esse tempo, ela alega que foi forçada a ingerir comprimidos do que acredita ser ecstasy. “Lucas mastigava o comprimido e fazia a depoente beijá-lo e cuspia droga em sua boca, em outros momentos Lucas chegou a enfiar droga com a mão na boca da depoente dizendo que aquilo era para ela não dormir”, diz o depoimento;
  • Durante esse período a mulher conta que foi estuprada, agredida (física e psicologicamente) e que tentou gritar por ajuda, mas o som alto não permitiu que ninguém a ouvisse. Lucas teria ameaçado ela e família de morte e praticado relações sexuais sem preservativo;
  • O último estupro aconteceu por volta das 18h30min. À polícia, a mulher afirmou “que em determinado momento já não tinha mais forças para lutar pela própria vida";
  • Às 20h, o porteiro interfonou para o apartamento dizendo que um amigo da vítima estava a procura da mulher. A vítima tinha compartilhado a localização do primeiro bar com os amigos. Como ela não respondia ninguém há horas, os amigos desconfiaram que ela estava em perigo;
  • Lucas disse ao porteiro que não ira descer. Porém, o interfone tocou uma segunda vez e o suspeito foi informado que o amigo da vítima estava chamando a polícia. A mulher disse para Lucas que iria descer e dispensar o amigo. O suspeito deixou com que a turista saísse do apartamento, mas não permitiu que ela levasse os seus pertences;
  • Ao chegar na portaria, a mulher falou para o amigo para que eles corressem dali. Os dois pegaram um táxi, desceram em um restaurante e depois foram ao Hospital Barra D’or, onde a mulher foi atendida;
  • Às 21h, Lucas mandou uma mensagem para vítima perguntando porquê ela não havia voltado. Em seguida ele disse que “gostou de conhecê-la”.

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Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.
Diana Rogers tem 34 anos e é repórter correspondente no Rio de Janeiro. Trabalha como repórter em rádio desde os 21 anos e passou por cinco emissoras no Rio: Globo, CBN, Tupi, Manchete e Mec. Cobriu grandes eventos como sete Carnavais na Sapucaí, bastidores da Copa de 2014 e das Olimpíadas em 2016.