Há trinta anos, as ruas do bairro Santo Antônio, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, se tornaram alguns dos principais cenários de Menino Maluquinho, o longa-metragem de Helvécio Ratton inspirado na maior obra do cartunista Ziraldo, que morreu dormindo aos 91 anos, neste sábado (6), no apartamento da família no Rio de Janeiro. O filme com atores-mirins mineiros segue de perto as peripécias da turma do Maluquinho.
O longa destaca as casas históricas do trecho da rua Congonhas entre Leopoldina e Santo Antônio do Monte. Algumas delas sucumbiram à especulação imobiliária; outras, tombadas pelo patrimônio histórico de Belo Horizonte, foram restauradas — entre elas a casa na esquina das ruas Congonhas com Leopoldina, onde morou o escritor João Guimarães Rosa.
Um marco para as gerações seguintes, o filme é um dos representantes do renascimento do cinema brasileiro após os anos de chumbo e sucessivos desmontes dessa arte no Brasil. Com atuações de Patrícia Pillar e Roberto Bomtempo, o longa foi exibido em 1995.
E não parou por aí. Em 1998, o filme ganhou uma sequência. Em 2006, a série Um Menino Muito Maluquinho dirigida por Anna Muylaert e Cao Hamburguer, exibida nas emissoras públicas TVE Brasil e na Rede Minas — que, aliás, chegou a ser indicada ao Emmy Award Internacional como melhor programa infanto-juvenil.
Menino Maluquinho. Publicada em 24 de outubro de 1980, a obra de Ziraldo ganhou o Prêmio Jabuti de Literatura Infantil daquele ano. Foram mais de quatro milhões de exemplares vendidos, e o livro que retrata as brincadeiras do Maluquinho recebeu traduções para 10 idiomas diferentes, pelo menos.