Um estudo recente revela fortes indícios de que o corpo de uma mulher encontrado em avançado estado de decomposição nos Estados Unidos, há mais de 40 anos, pode ter origem brasileira.
A vítima foi descoberta por caçadores na cidade de Wiggins, no Mississippi, no dia 5 de outubro de 1980. Ela teria entre trinta e quarenta anos na época, e não há indícios que tenha sido assassinada.
Misteriosamente, a polícia nunca recebeu queixa de desaparecimento que correspondesse ao perfil. O corpo permaneceu anônimo ao longo dos anos, sendo apelidado de “Senhorita Wiggins” (“Miss Wiggins”), em referência ao local onde foi encontrado.
Após décadas sem progresso na identificação da vítima, as autoridades decidiram enviar amostras do corpo para análise genética forense avançada na esperança de obter novas pistas sobre a sua identidade.
Origem brasileira
Segundo jornal O Globo, os cientistas do laboratório Othram Inc., sediado no Texas (EUA), conseguiram reconstruir um perfil de DNA da vítima que sugere a conexão com uma tradicional família de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro.
A análise identificou uma possível conexão com o fazendeiro Miguel Roberto da Motta, nascido em 1814.
Conforme a chefe de Genética Genealogista do laboratório Othram, Carla Davis, há um forte indício de que a vítima possa ser descendente da sua filha: Anália Ribeiro.
Os pesquisadores agora buscam colaboração da população, especialmente de possíveis descendentes da família para a identificação final da vítima.
Pesquisa
O laboratório Othram Inc é especializado em casos não resolvidos, muitos dos quais permaneceram sem solução por décadas, conhecidos como “cold cases” (“casos frios”, em português).
Para identificar “Senhorita Wiggins”, inicialmente, os cientistas extraíram amostras de DNA do corpo da vítima, que está preservado desde sua descoberta em 1980.
Em seguida, eles realizaram um sequenciamento de genoma para reconstruir um perfil genético detalhado da vítima e carregaram as informações em dois bancos de dados de genealogia, autorizados para uso policial nos EUA.
Os cientistas norte-americanos comparam o perfil de DNA da vítima com parentes genéticos separados em grupos, utilizando informações públicas e registros histórico, até identificar um possível ancestral comum.