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Brasil e Argentina eliminam limite semanal de voos em ‘política de céu aberto’

O acordo assinado nesta quarta-feira (13) já está em vigor e deve aumentar o comércio entre os países, que tem as maiores economias da América do Sul

Brasil e Argentina eliminam limite semanal de voos em “política de céu aberto”

O Brasil e a Argentina eliminaram a limitação do número semanal de voos regulares de passageiros, que deve aumentar o comércio entre as maiores economias da América do Sul. A liberação para a rota já está em vigor a partir desta quarta-feira (13).

O objetivo da medida é dar maior flexibilidade para que empresas aéreas planejem suas operações com a possibilidade de aumentar as viagens entre os países.

De acordo com a ANAC, em média, 114 voos partem do Brasil para a Argentina por dia. O número, que estava quase batendo no limite permitido, pode agora ser expandido.

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Até agora, as companhias aéreas dos dois países estavam limitadas a fazer 170 voos semanais, conforme a regulação vigente. Cada lado estava usando quase a totalidade das frequências permitidas, de acordo com a ANC.

O memorando libera a quantidade de frequência para empresas brasileiras e argentinas. No entanto, voos de empresas de terceiros serão regidas pelos acordos firmados com os dois países.

Em 2023, a rota Brasil-Argentina ocupou o 2º lugar no ranking da Agência Nacional de Aviação Civil (ANC) em termos de demanda de passageiros.

A decisão de estabelecer uma “política de céus abertos” foi tomada após reuniões entre as agências nacionais de aviação civil do Brasil e Argentina, realizadas na semana passada.

Comércio exterior

A média deve surtir efeito não só no turismo, como na relação econômica entre os países, em uma “operação mista”.

Em 2023, a Argentina foi o terceiro maior exportador do Brasil, mas caiu para o quarto lugar em relação às importações, de acordo com o Min. da Economia.

Os novos laços aéreos podem fortalecer os vínculos entre os países, apesar dos governos com ideologias opostas, desde a posse do presidente argentino Javier Milei, em 10 de dezembro.

Logo, a Argentina recusou o convite para entrar no Brics - bloco econômico no qual o Brasil faz parte - mas não descartou o aumento das relações multilaterais.

No ano passado, Lula teve um número recorde de encontros com o ex-presidente argentino, Alberto Fernández, que incluíam o anúncio de vários acordos bilaterais, mas ainda não tem nenhum marcado com o ultraliberal Javier Milei em 2024.

“Todos os voos de passageiros são de operações mistas, porque também levam cargas. Então esse acordo significa mais comércio entre os países, independentemente de aumentarem voos exclusivamente cargueiros. É um entendimento importante para o comércio bilateral entre os países”, avalia uma fonte do setor a CNN.

O acordo, assinado nesta quarta-feira (13), também facilita a permissão para voos de carga internacional, “sem a exigência de que a operação se inicie ou termine no país de origem da empresa”.

O Brasil já aplica a liberação para o transporte aéreo de carga com Chile, Costa Rica, Cuba, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

*Com informações da CNN

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Formado em Jornalismo pela UFMG, com passagens pelo jornal Estado de Minas/Portal Uai. Hoje, é repórter multimídia da Itatiaia.