A greve dos trabalhadores do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) nesta terça-feira (3) provocou a suspensão das aulas e das consultas médicas nas redes estaduais na capital paulista.
Os trabalhadores começaram a greve a 0h desta terça e devem ficar parados por 24 horas. A paralisação foi definida em assembleia na noite de segunda-feira (2). A situação é caótica para quem tenta chegar ao trabalho na manhã desta terça em São Paulo.
Além dos trabalhadores do transporte, também estão em greve os funcionários da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp). As categorias em greve protestam contra o plano de privatizações de linhas de metrô e da estatal de saneamento.
A concessão dos serviços para a iniciativa privada é uma das principais promessas de campanha do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Pelas redes sociais, ele criticou as paralisações.
"É lamentável que a população de São Paulo acorde mais uma vez refém de sindicatos que manobram os trabalhadores do transporte público estritamente por interesses políticos e ideológicos. Uma greve ilegal e abusiva, na qual nem mesmo a decisão da Justiça é respeitada e que tem como real objetivo promover o caos e atrapalhar a vida de quem realmente quer trabalhar por nosso estado”, afirmou.
Por conta da greve, tanto o governador quanto o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), decretaram ponto facultativo, que vai se estender também ao Legislativo e ao Judiciário. O rodízio de veículos também foi suspenso na capital, e as linhas de ônibus foram reforçadas para tentar suprir a demanda de transporte.
A paralisação dos trens e metrôs afeta boa parte das linhas. Ao menos seis, entre elas as mais movimentadas, estão completamente paradas. Há linhas funcionando parcialmente também. Os sindicatos tentaram fazer um esquema de catracas livres nesta terça, mas não foi autorizado pela Justiça.
Além disso, a Justiça do Trabalho de São Paulo determinou que os sindicatos mantenham 100% da frota de metrô e trens funcionando em horários de pico e 80% nos demais horários. Para os trabalhadores da Sabesp, a determinação é de que sejam mantidos 85% em atividade.
Os sindicatos recorreram da decisão e defenderam que o direito de greve é constitucional e que cabe aos trabalhadores decidirem sobre os interesses pertinentes à categoria.